Padre acusado de série de abusos sexuais no Chile é encontrado morto

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2019 17h35
Pixabay A procuradoria chilena investiga 148 casos de supostos abusos sexuais cometidos por pessoas vinculadas à Igreja católica

Um sacerdote que era investigado por supostos abusos sexuais contra menores foi encontrado morto na sua casa na cidade de Puerto Montt, no sul do Chile, neste sábado (9), de acordo fontes policiais.

O falecido foi identificado como José Francisco Núñez Calisto e era um dos três religiosos investigados por abusos em Puerto Montt, a 1.000 quilômetros de Santiago.

Segundo informou o delegado Franco Cárdenas, da Polícia de Investigações (PDI) , o corpo foi achado por uma cunhada que foi visitá-lo junto a um grupo de amigos do padre, preocupados porque não o tinham visto há vários dias e não respondia as ligações.

“Não há indícios atribuíveis a terceiros e a pessoa apresenta lesões cortantes nos seus antebraços, realizadas com arma branca”, comentou o policial aos jornalistas.

O padre também deixou uma carta que está em poder da polícia, cujo conteúdo se mantém em sigilo por ser parte da investigação.

O arcebispado de Puerto Montt, que atualmente é dirigido pelo administrador apostólico Ricardo Morales, emitiu neste sábado um comunicado no qual “lamenta profundamente a morte do sacerdote José Francisco Núñez Calisto, e se une à dor da sua família diante de tão irreparável perda”.

Morales estava encarregado de investigar as denúncias contra o sacerdote falecido, que tinha sido denunciado no final de julho do ano passado, por conta do que enviou uma carta ao papa Francisco na qual lhe solicitava deixar o sacerdócio.

Em junho de 2010, enquanto rezava uma missa em sua paróquia, Núñez Calisto foi atacado por um indivíduo que o feriu com uma punhalada no pescoço enquanto distribuía as hóstias aos fiéis.

Na atualidade, a procuradoria chilena investiga 148 casos de supostos abusos sexuais cometidos por pessoas vinculadas à Igreja católica, enquanto o número de vítimas já chega a 255, segundo dados oficiais do Ministério Público.

Entre os supostos envolvidos aparecem alguns bispos acusados de acobertamento dos abusos, o que suscitou uma crise na igreja chilena, ao ponto que sete prelados precisaram deixar seus cargos por decisão do papa Francisco, que até agora não preencheu as vagas.

*Com Agência EFE.

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