Papa emérito Bento XVI diz que ‘revolução sexual’ é responsável por abusos na igreja

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2019 15h02 - Atualizado em 12/04/2019 10h06
EFE EFE "Algumas pessoas passaram a acreditar que a pedofilia e a pornografia são aceitáveis", escreveu o papa emérito

O Papa emérito Bento XVI, que ocupou por 23 anos a cadeira do Vaticano, disse que a revolução sexual dos anos 1960 foi responsável pelos casos de abusos sexuais ocorridos na Igreja Católica.

Em um ensaio publicado numa revista mensal da igreja alemã nesta quinta-feira, 11, Bento XVI disse que algumas pessoas passaram a acreditar, a partir da década de 60, que a pedofilia e a pornografia são “aceitáveis”.

“Nos 20 anos entre 1960 e 1980, os padrões normativos anteriores sobre sexualidade desmoronaram completamente, e emergiu uma nova normalidade que a esta altura se tornou o tema de tentativas diligentes de perturbação”, escreveu o Papa emérito, que comandava o escritório doutrinal quando os primeiros casos de abuso na Igreja foram expostos em Boston, em 2002.

Desde então, a igreja de vários países, entre eles Irlanda, Chile, Austrália, França, Estados Unidos e Alemanha, já tiveram ordens judiciais que determinaram o desembolso de bilhões de dólares para indenizar as vítimas.

Na última década, ficou conhecido o fato de que padres que abusavam de menores muitas vezes eram transferidos, ao invés de expulsos ou processados, porque a Igreja acobertava os casos.

A história de abusos abalou a Igreja Católica.

“Entre as liberdades pelas quais a Revolução de 1968 tentou lutar está a liberdade sexual desenfreada, que não se curva mais a qualquer norma”, disse Bento XVI.

Alguns teólogos usaram o Twitter para criticar o papa emérito, que foi acusado de tentar eximir a Igreja de responsabilidade nos casos de abuso sexual.

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