Papa reconhece 8 bispos nomeados pela China e indica reaproximação

  • Por Jovem Pan
  • 22/09/2018 15h40 - Atualizado em 22/09/2018 15h41
EFE/ Claudio Peri "O papa Francisco faz votos de que, com as decisões tomadas, seja possível iniciar um novo caminho, que permita superar as feridas do passado, realizando a plena comunhão de todos os católicos chineses", informou o Vaticano

O papa Francisco reconheceu oito bispos indicados pela China e que até agora não eram admitidos “de forma oficial” pela Santa Sé, informou neste sábado (22) um comunicado do Vaticano.

O papa tomou esta decisão durante um acordo histórico provisório sobre a designação dos bispos, alcançado entre estes dois Estados, sem relações diplomáticas desde 1951. Conforme a nota oficial, os religiosos são Giuseppe Guo Jincai, Giuseppe Huang Bingzhang, Paolo Lei Shiyin, Giuseppe Liu Xinhong, Giuseppe Ma Yinglin, Giuseppe Yue Fusheng, Vincenzo Zhan Silu e Antonio Tu Shihua, que faleceu em janeiro do ano passado e tinha manifestado desejo de reconciliação com a Igreja.

“O papa Francisco faz votos de que, com as decisões tomadas, seja possível iniciar um novo caminho, que permita superar as feridas do passado, realizando a plena comunhão de todos os católicos chineses”, informou o texto.

A Santa Sé já tinha dito que o Vaticano e a China assinaram neste sábado, em Pequim, um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, principal motivo de conflito entre as duas partes. O acordo foi fechado pelo subsecretário de Relações com os Estados da Santa Sé, Antoine Camilleri, e pelo vice-ministro de Relações Exteriores da China, Wang Chao.

De acordo com o diretor do escritório de imprensa da Santa Sé, Greg Burke, o pacto provisório é muito significativo porque é o início de um caminho para a futura normalização das relações bilaterais. Segundo ele, este entendimento permitirá que os “fiéis tenham bispos que estejam em comunhão com Roma e, ao mesmo tempo, sejam reconhecidos pelas autoridades chinesas”.

O Vaticano não deu detalhes sobre o conteúdo do acordo e se limitou a dizer que “se trata da nomeação de bispos, um assunto de grande importância para a vida da Igreja” e que deve gerar condições para uma parceria mais ampla em nível bilateral.

Os laços diplomáticos entre China e Vaticano são oficialmente inexistentes desde 1951, depois que o papa Pio XII excomungou dois bispos designados pelo governo chinês. As autoridades chinesas responderam com a expulsão do núncio apostólico, que foi viver em Taiwan.

A China não reconhece o papa e tem a sua própria Igreja Patriótica Católica desde 1957. A relação entre as duas partes conseguiu certa recuperação depois do início do pontificado de Francisco e ambos os lados passaram a manifestar vontade de melhorar os laços.

*Com informações da Agência EFE.

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