Mais de mil pessoas são presas durante protestos por eleições livres na Rússia 

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2019 11h00
EFE Manifestantes da oposição foram presos durante protesto neste sábado (27)

Mais de mil manifestantes da oposição foram presos em Moscou neste sábado (27), segundo a polícia da capital da Rússia. Até o meio do dia, a informação era de que mais de 500 pessoas tinham sido presas.

Milhares de russos voltaram às ruas de Moscou ontem, incluindo líderes da oposição, para pedir eleições locais livres e justas. Os protestos, que duraram mais de sete horas e reuniram aproximadamente 3,5 mil participantes, começaram perto do gabinete do prefeito da cidade e foram empurrados pela polícia para as ruas laterais.

Manifestação semelhante já havia sido realizada no sábado passado, contra a exclusão de diversos candidatos de oposição das eleições do conselho da cidade.

Durante a semana, a polícia local chegou a realizar buscas e detenções, dentre as quais a do líder opositor Alexei Navalny, na última quarta-feira. Navalny é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa e deverá ficar na prisão por 30 dias por convocar protestos não autorizados.

Apesar disso, a oposição convocou um novo protesto. “Pessoal, mesmo que eles espanquem todos nós hoje à noite, vocês sabem onde estar no sábado”, escreveu em sua página no Twitter Ilya Yashin, candidato opositor excluído da eleição.

A eleição do conselho da cidade de Moscou, esperada para 8 de setembro, abala o cenário político da Rússia. As autoridades eleitorais barraram a participação dos candidatos opositores na disputa alegando que não obtiveram assinaturas genuínas de eleitores suficientes para se registrarem. Os candidatos questionam o argumento e afirmam que o governo quer impedi-los de desafiar o domínio do Kremlin sobre o poder.

O conselho de Moscou tem 45 assentos e é responsável por um grande orçamento municipal. A capital russa tem cerca de 12,6 milhões de habitantes. Atualmente, o conselho é controlado pelo partido pró-Rússia do Kremlin. Todos os seus assentos, com mandato de cinco anos, estão em disputa.

*Com Estadão Conteúdo

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