Secretário da Casa Branca renuncia por acusações de agressão a ex-esposas

  • Por EFE
  • 08/02/2018 12h55 - Atualizado em 08/02/2018 12h55
EFE/ Michael Reynolds Ex-secretário de pessoal da Casa Branca Rob Porter nega as acusações de violência doméstica

O secretário de pessoal da Casa Branca, a sede da presidência dos Estados Unidos, Rob Porter, anunciou nesta quarta-feira (7) que deixará o cargo depois que suas duas ex-esposas o acusaram de maus-tratos físicos e emocionais, algo que ele negou.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse em sua entrevista coletiva diária que Porter “deixará” o cargo em breve, mas permanecerá no mesmo até que seja escolhido um substituto “para garantir uma transição adequada”, por isso não está claro quando será sua saída.

Porter é um funcionário do alto escalão que se encarrega de controlar o fluxo de documentos que chegam ao escritório do presidente Donald Trump, além de administrar a agenda diária do governante e trabalhar com o chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly.

A primeira esposa de Porter, Colbie Holderness, assegurou ontem em uma entrevista ao site do jornal “Daily Mail” que seu ex-marido “era abusivo de forma verbal, emocional e física”, e que o deixou por causa disso.

Sua segunda esposa, Jennifer Willoughby, disse à mesma publicação que, durante todo o seu casamento, sentiu medo dos surtos de raiva de Porter e que, em uma ocasião, este a tirou à força do banheiro segurando-a pelos ombros e gritando.

O “Daily Mail” publicou hoje uma fotografia na qual Colbie Holderness aparece com o olho direito roxo, que ela atribuiu a um murro dado por Porter durante uma viagem a Florença (Itália) no começo da década de 2000.

Em um comunicado, Porter qualificou hoje de “simplesmente falsas” as “indignantes acusações” de suas duas ex-esposas.

“Tirei as fotos que (Colbie Holderness) deu aos meios de comunicação há quase 15 anos, e a realidade do que ocorreu não se aproxima em nada do que está descrito” no artigo, afirmou Porter.

“Fui transparente e disse a verdade sobre essas acusações vis, mas não vou fazer mais comentários públicos sobre uma campanha coordenada de difamação”, acrescentou o ainda funcionário da Casa Branca.

Porter se mostrou “profundamente agradecido” por ter tido a oportunidade de trabalhar no governo Trump e prometeu “garantir uma transição adequada assim que deixar a Casa Branca”.

Porter, de 40 anos, é muito próximo do chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, que o defendeu ontem durante a noite em um comunicado, ao defini-lo como “um homem de integridade e honra verdadeiras”. Além disso, segundo o jornal “The Washington Post”, Kelly tentou convencer Porter a não renunciar.

A porta-voz da Casa Branca não esclareceu se Trump tinha visto a fotografia publicada no “Daily Mail”, nem se o presidente estava preocupado com as acusações contra Porter.

“O presidente e o chefe de gabinete têm total confiança na capacidade e no desempenho” de Porter, afirmou Sarah Sanders.

A porta-voz também não quis confirmar se Porter teve acesso a informações confidenciais por consequência de seu cargo.

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