“Sim” pela independência da Catalunha vence com 90% dos votos

  • Por Jovem Pan com Agência Brasil
  • 01/10/2017 20h17
EFE/ Santi Donaire Centenas de pessoas se reuniram na praça da Catalunha para aguardar resultado da votação Centenas de pessoas se reuniram na praça da Catalunha para aguardar resultado da votação

O “sim” pela independência da Catalunha venceu com 90,09% dos votos, informaram autoridades locais após o fim do referendo controverso e marcado por manifestações que deixaram mais de 800 feridos que aconteceu neste domingo (1). Com o resultado, a Catalunha fica livre para fazer uma declaração unilateral de separação da Espanha.

De acordo com o porta-voz do governo catalão, Jordi Turull, foram registrados 2,2 milhões de votos, o que representa um comparecimento de apenas 42,3% dos eleitores.

O “sim” pela independência recebeu 2 milhões de votos (90,09%) contra 176 mil para o “não” (7,87%). Foram registrados 45 mil votos em branco (2,03%) e 20 mil nulos (0,89%).

Mais cedo, o governo catalão já havia anunciado que iria comunicar nos próximos dias o Parlamento regional os resultados da votação deste domingo (1º) para que aplique o previsto na lei catalã de referendo e proclame a independência caso o “sim” vencesse.

Em uma declaração institucional, o presidente catalão Carles Puigdemont defendeu que a Catalunha ganhou “o direito de ser um Estado independente” após o referendo deste domingo, quando as pessoas foram convocadas a responder se queriam ou não que a Catalunha se transformasse em uma república independente.

Puigdemont argumentou que a Catalunha ganhou à força sua soberania e que as instituições catalãs têm o dever de respeitar e desenvolver o que disseram seus cidadãos. Ele ressaltou que milhões de pessoas se mobilizaram neste domingo e que, apesar das ameaças do Estado espanhol, elas têm direito de decidir seu futuro em liberdade.


Governo da Espanha

Já o presidente da Espanha, Mariano Rajoy, declarou que “não houve um referendo” e que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém “forte e vigente”. Além de não reconhecer a consulta, responsabilizou o governo autonômico catalão, promotor da iniciativa, de ter agido contra a convivência democrática.

Puigdemont denunciou as violações de direitos e liberdades derivadas da intervenção da Polícia Nacional e da Guarda Civil, que foram acionadas pelo governo central espanhol para impedir o referendo. Ele afirmou que as autoridades contabilizam mais de 800 feridos, dois dos quais estão em estado grave, segundo informações do Departamento de Saúde da Catalunha. “Queremos viver em paz”, fora de um Estado “incapaz” de propor “algo diferente da força bruta”, disse.

Segundo Puigdemont, alguns casos foram “claras violações” de direitos humanos, algo que definiu como uma das páginas mais “vergonhosas” da relação do Estado espanhol com a região autônoma. Por isso, além de defender que as agressões não fiquem impunes, apelou à União Europeia para que exerça sua autoridade e atua no caso.

Enquanto acompanhavam a apuração dos votos do referendo na Praça da Catalunha, em Barcelona, representantes de diversas organizações representativas, entre as quais a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Nacional do Trabalho (CNT), anunciaram que será realizada uma greve geral na próxima terça-feira (3).

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