Trump diz ter ‘intenção’ de designar Brasil como aliado na Otan

  • Por Rafael Iglesias/Jovem Pan
  • 19/03/2019 15h41 - Atualizado em 19/03/2019 21h47
EFE Presidentes se reuniram nesta terça-feira em Washington, capital dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (19) que gostaria de ter o governo brasileiro, liderado por Jair Bolsonaro, como um aliado na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – organização militar comum de defesa de nações, que inclui atualmente 28 países. Os dois se reuniram na Casa Branca.

“Como disse, tenho a intenção de designar o Brasil como um aliado especial fora da Otan e até um aliado dentro da Otan. Isso poderia melhorar nossa cooperação. Nossas nações estão trabalhando juntas para proteger o povo do terrorismo, do crime transnacional e do tráfico de drogas, de armas e de pessoas, o que é prioridade”, declarou Trump.

Após se reunirem na capital norte-americana, Washington, os dois presidentes fizeram declarações e responderam a algumas perguntas de jornalistas. “Ansiamos por trabalhar por uma parceria ainda mais profunda. Falamos [no encontro] sobre os forte laços econômicos entre as duas nações, que devem ser baseados em justiça e reciprocidade.”

O chefe do Poder Executivo do Brasil, por sua fez, destacou a retomada de “uma antiga parceria” que destravou “assuntos que já estavam em pauta há décadas”. Ele agradeceu o apoio dos EUA no pleito brasileiro de integrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas não comentou possíveis contrapartidas.

“O apoio americano ao ingresso do Brasil na OCDE será entendido como um gesto de reconhecimento que marcará ainda mais a união que buscamos”, afirmou Bolsonaro. Como Trump, ele destacou que “o combate ao terrorismo e ao crime organizado é urgente para os povos” e quem, juntos, farão mais “contra a lavagem de dinheiro e o narcotráfico”.

OCDE

Questionado sobre possíveis contrapartidas solicitadas ao Brasil pelo apoio ao ingresso na OCDE, Donald Trump disse que fará pedidos, mas não os especificou. “Nós vamos apoiar [a entrada na OCDE]. Nós teremos [lá] uma ótima relação em vários aspectos. Vamos pedir algumas coisas, mas que não precisar ter necessariamente a ver com isso.”

No dia anterior (18), o ministro brasileiro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com o representante comercial dos EUA. Após a reunião, disse que o norte-americano tinha sido “um pouco duro” e destacou que o país só apoiaria o ingresso na OCDE caso o Brasil abrisse mão “do grupo favorecido da OMC [Organização Mundial do Comércio]”.

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