Venezuela: 1.557 pessoas morreram por falta de insumos em hospitais

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2019 16h20
Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo Nesta quinta, ditador venezuelano mandou fechar fronteira com o Brasil

Na Venezuela, ao menos 1.557 pacientes morreram por falta de materiais médicos de novembro do ano passado a fevereiro, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21), dia em que o ditador Nicolás Maudro mandou fechar a fronteira com o Brasil.

De Roraima, partiria ajuda humanitária com alimentos e remédios para a população do país vizinho. O levantamento considerou 40 centros de saúde venezuelanos no período de 19 de novembro de 2018 a 9 de fevereiro deste ano.

“Foram registradas 1.557 mortes atribuíveis à falta de insumos desde o último boletim”, disse Gustavo Villasmil, porta-voz da organização Médicos pela Saúde, em entrevista. Do total de pacientes, 756 sofreram “trauma agudo” e 801 padeciam de doenças cardiovasculares, problemas que não puderam ser tratados por causa da escassez de recursos.

Falta de medicamentos

A pesquisa, realizada desde 2014, se propõe a registrar semana a semana o que acontece nesses 40 hospitais. Os dados são recolhidos e oferecidos a cada médico de forma anônima por temor a represálias por parte do governo de Maduro. “Quanto aos serviços de emergências em nível nacional, 75% deles reportou desabastecimento de morfina e 66% de remédios para tratar hipertensão arterial”, detalha o relatório que acompanha a pesquisa.

Além disso, o documento afirma que “quanto aos insumos de sala de cirurgia, 60% reportou desabastecimento de analgésicos menores e 46% de material descartável para os pacientes”. Os números, segundo representantes da organização médica, se traduzem em mortes ou “desenlaces fatais”, uma vez que “os hospitais e especialmente as unidades críticas não estão suficientemente abastecidos para atender aos pacientes”.

A situação de escassez de remédios e de materiais médicos na Venezuela remonta há cerca de cinco anos e tem se agravado ao longo destes anos. O parlamento venezuelano, de contundente maioria opositora, declarou em janeiro de 2016 uma “crise humanitária de saúde” no país, ocasionada pela escassez de remédios, equipamentos e materiais médicos e a deterioração das instituições públicas sanitárias.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.