Nicarágua e Eletrobras discutem construção de central hidrelétrica

  • Por Agencia EFE
  • 21/03/2014 18h43

Manágua, 21 mar (EFE).- O governo da Nicarágua e a Eletrobrás decidirão em cinco dias se executam o projeto hidrelétrico Tumarín, que custará US$ 1,1 bilhão e deve gerar 253 megawatts de energia, a metade do consumo atual do país, informou nesta sexta-feira o assessor para Assuntos Econômicos da presidência, Bayardo Arce.

Atualmente, a energia utilizada na Nicarágua vem de fontes térmicas, gerada a partir de derivados do petróleo, e com esse projeto hidrelétrico a energia renovável, mais limpa e mais barata, abastecerá boa parte do país centro-americano.

“Nos demos cinco dias para ver se podemos superar as diferenças que existem”, explicou Arce – relacionadas ao preço de venda da energia – e a partir daí entrarão “na fase de concretizações”.

“E se não (se superarem as diferenças), (o projeto) Tumarín terá que buscar outros investidores e nós continuaremos com outros projetos”, acrescentou.

A construção dessa obra estaria a cargo da empresa Centrais Hidrelétricas da Nicarágua (CHN), criada pela Eletrobras junto ao conglomerado Queiroz Galvão, e previa começar a gerar energia na Nicarágua no segundo semestre de 2016.

Arce disse que a discussão acontece com uma missão da Eletrobras que está na Nicarágua há dois dias, e que sua posição é defender “os preços ao consumidor”.

“Não vou entrar em detalhes. São negociações complexas. É um negócio de mais de US$ 1 bilhão e a empresa quer que esse valor possa ser recuperado de determinadas formas e em determinado tempo, mas nós também temos que defender a economia nacional e a economia do bolso popular”, sustentou.

Ele alertou que “se em cinco dias não chegarmos a nada” com a Eletrobras, mesmo assim o projeto Tumarín será executado, “mas não com o Brasil”.

“Já temos outras opções, mas não vou dizer. Os brasileiros sabem porque já dissemos”, afirmou.

Ele descartou que a empresa mista Alba de Nicaragua S.A. (Albanisa), integrada por PDV Caribe, filial da PDVSA, da Venezuela, e a estatal Petróleos da Nicarágua (Petronic), estejam interessadas em construí-la.

O projeto da hidrelétrica Tumarín prevê que ela seja construída no município de La Cruz de Río Grande, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), em um período de 59 meses com um investimento de US$ 1,1 bilhão, e teria uma potência instalada de 253 megawatts.

O BNDES fez um empréstimo à Nicarágua de US$ 342 milhões para a construção de Tumarín. A obra também é financiada pelo Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), com US$ 252 milhões e tem a administração partilhada com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial.

A Eletrobras e a Queiroz Galvão afirmaram estar dispostas a investir até 47% do custo da obra, o que fecharia o custo estimado.

A construção de Tumarín gerará três mil empregos diretos, significará uma economia de US$ 633 milhões nas contas dos consumidores nos primeiros 11 anos de operação, US$ 80 milhões em importações de petróleo e fornecerá 27% da geração de energia hidrelétrica na Nicarágua, de acordo com a companhia. EFE

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