Obama defende estratégia no Afeganistão após críticas de Gates

  • Por Agencia EFE
  • 14/01/2014 00h05

Washington, 13 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta segunda-feira sua estratégia de segurança para o Afeganistão e disse que continua acreditando nela, em resposta às críticas publicadas no livro de memórias do ex-secretário de Defesa Robert Gates.

“O importante é que adotamos a política correta, mas é difícil (executá-la) e sempre foi”, afirmou Obama aos jornalistas após uma reunião no Salão Oval da Casa Branca com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy.

Foram as primeiras declarações de Obama após a polêmica gerada pelo livro de Gates, que será lançado nesta terça-feira. Na publicação, o ex-chefe do Pentágono afirma que o presidente não acredita em sua própria estratégia para o Afeganistão e desconfia do conselho de seus assessores militares.

“A guerra nunca é fácil. E acho que todos os que estiveram envolvidos neste processo sabem disso”, declarou hoje Obama.

Além disso, reiterou que Gates, que foi o último secretário de Defesa do republicano George W. Bush e continuou no cargo durante o mandato de Obama até junho de 2011, realizou “um trabalho excepcional” e que sempre estará agradecido por seus serviços.

Em seu livro “Duty: Memoirs of a Secretary at War” (“Dever: Memórias de um Secretário em Guerra”, tradução livre), Gates argumenta que, logo que começou a trabalhar para Obama, pôde comprovar que o presidente acreditava que sua estratégia para o Afeganistão “fracassaria”.

“Mas também deixei muito claro no livro que estive de acordo com todas as decisões do presidente sobre o Afeganistão, as que tomou em 2009 e mais adiante”, destacou Gates durante uma entrevista à emissora “CBS” transmitida no último fim de semana.

“Minha única preocupação era que, ao longo de 2010 e no início de 2011, o presidente começou a ter suas próprias reservas sobre se tudo aquilo funcionaria. E acho que dizer isso não é injusto”, acrescentou.

No entanto, o ex-secretário de Defesa reconheceu que via em Obama “uma ausência de paixão, uma ausência de convicção da importância de se ter êxito” no Afeganistão e que isso o “incomodava”.

Gates também critica em suas memórias a tendência da Casa Branca para tomar decisões sem levar em conta os conselhos do Pentágono. EFE

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