Obama: “este tem que ser o ano em que vamos fechar a prisão de Guantánamo”

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2014 03h17

Washington, 28 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reforçou nesta terça-feira sua intenção de fechar a prisão de Guantánamo o mais rápido possível e pediu a ação do Congresso para facilitar a transferência dos detidos que ainda estão na penitenciária desde a sua abertura em 2002.

“Com a guerra do Afeganistão chegando ao seu fim, este tem que ser o ano em que o Congresso suspenda as restrições que faltam para as transferências de prisioneiros e para que fechemos a prisão da baía de Guantánamo”, disse Obama durante seu discurso do Estado da União no Congresso.

“Não lutamos contra o terrorismo apenas através das atividades de inteligência e das ações militares, mas também quando permanecemos fiéis aos nossos ideais constitucionais e damos exemplo para o resto do mundo”, afirmou o presidente.

Obama argumentou que o país “tem que deixar para trás esta situação de estar permanentemente em guerra”, apesar de continuar comprometido em perseguir “de forma agressiva às organizações terroristas, através de esforços mais direcionados e desenvolvendo a capacidade de nossos aliados estrangeiros”.

O presidente afirmou que a estratégia americana colocou “a cúpula da Al Qaeda no caminho da derrota”, apesar de “a ameaça ter evoluído na medida em que as organizações ligadas à Al Qaeda e outros extremistas se radicaram em diferentes partes do mundo”.

“No Iêmen, Somália, Iraque e Mali temos que continuar trabalhando com nossos parceiros para interromper e desarmar estas redes. Na Síria apoiaremos os grupos de oposição que rejeitam os planos das redes terroristas. Aqui em casa, continuaremos fortalecendo nossas defesas e combateremos as novas ameaças, como os ciberataques”, disse.

Após 12 anos de operação, a prisão de Guantánamo, elaborada durante o governo de George W. Bush para interrogar e encarcerar os suspeitos de colaborarem com a Al Qaeda após os atentados de 11/09, ainda possuiu 155 presos, sendo que a maioria já recebeu o sinal verde para serem transferidos.

Muitos deles ainda não foram acusados formalmente e alguns poucos estão atualmente em processo para serem julgados em um tribunal habilitado na base militar em território cubano, onde não se aplicam as mesmas garantias processuais dos tribunais federais americanos.

Desde que em maio do ano passado o presidente americano ofereceu um discurso reafirmando seu compromisso de fechar a prisão, foram transferidos 11 presos, e foram nomeados os enviados especiais para o seu fechamento, tanto do Pentágono como do Departamento de Estado.

No entanto, a maior dificuldade está nos 48 detidos que não podem ser libertados, por representarem um sério perigo para a segurança nacional, nem julgados, porque não existem provas suficientes contra eles ou elas foram obtidas por meio de tortura.

Além disso, falta determinar a situação dos 16 detidos de “alto valor” que deveriam ser julgados em território americano se finalmente for fechada a prisão de Guantánamo, temas que fazem com que muitos dos legisladores tenham sérias dúvidas sobre o destino da penitenciária. EFE

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