Países pobres precisam de mais recursos para cumprir novos objetivos, diz FAO

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 01h17

Roma, 28 set (EFE).- Os países pobres precisam de mais recursos para cumprir os novos objetivos de Desenvolvimento Sustentável que foram aprovados na ONU para os próximos 15 anos, disse nesta segunda-feira à Agência Efe Jomo Sundaram, diretor-geral adjunto da FAO.

O responsável da agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) considerou que “os meios para implementar (o plano) foram frustrados pela falta de compromisso para aumentar a ajuda oficial ao desenvolvimento e permitir que os países em desenvolvimento reforcem sua capacidade de arrecadar impostos”.

O fato de os países-membros da ONU terem aceitado os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável “é uma conquista muito importante, que reconhece a complexidade dos problemas modernos” e a necessidade de um processo de desenvolvimento, segundo Sundaram.

No entanto, o também coordenador da FAO para o Desenvolvimento Econômico e Social apontou como um problema a falta de um maior compromisso dos países ricos na conferência internacional realizada em Adis-Abeba, na Etiópia, em julho para desenhar o financiamento da nova agenda.

Nessa reunião, as agências da ONU dedicadas à alimentação reivindicaram novos investimentos no valor de US$ 267 bilhões anuais, o equivalente a 0,3 % do Produto Interno Bruto (PIB) global, para erradicar a fome no mundo até 2030.

Também chamaram a investir em agricultura sustentável assim como em sistemas de proteção social bem desenhados.

“Os países em desenvolvimento não podem mobilizar os recursos para se desenvolverem” devido à baixa receita e sua pouca capacidade fiscal”, explicou Sundaram, que acrescentou que muitos desses países “não esperam ajuda dos mais ricos”, mas que eles os deixem arrecadar impostos de suas próprias economias sem necessidade de beneficiar fiscalmente as empresas estrangeiras.

O trabalho da FAO está relacionado com 14 dos 17 objetivos fixados, entre os queais se destacam a luta para erradicar a pobreza e a fome, que ainda afetam 800 milhões de pessoas no mundo.

Além disso, para 2030 pretendem conseguir a segurança alimentar e melhorar a nutrição, assim como combater a mudança climática e garantir a sustentabilidade da agricultura, os modos de produção e consumo, o acesso à energia e a gestão de água, os recursos marítimos e os ecossistemas terrestres.

Em comparação com os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, cuja agenda vence este ano, Sundaram afirmou que o nível de ambição agora é bem mais alto.

Ele deu como exemplo o compromisso da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) e da União Africana, que por si mesmas expressaram a intenção de acabar com a fome até 2025.

Na cúpula mundial sobre o desenvolvimento sustentável realizada nos últimos dias na ONU, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, afirmou que um progresso rápido nessa frente é a chave para os outros objetivos. EFE

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