Papa Francisco reza em seu aniversário de um ano de pontificado

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2014 15h03

Cidade do Vaticano, 13 mar (EFE).- O papa Francisco não fará nada de especial nesta quinta-feira para lembrar o primeiro aniversário de sua eleição como pontífice e se limitará a rezar, relatou o porta-voz vaticano, Federico Lombardi.

Hoje, o papa, que está em um retiro em Ariccia (perto de Roma), rompeu o silêncio para escrever em seu Twitter.

“Rezai por mim”, é a breve mensagem que postou, que lembra o mesmo pedido que há um ano fez ao aparecer na varanda da Basílica de São Pedro para se apresentar ao mundo.

A semana de exercícios espirituais, que começou no domingo passado, é tradicional durante a Quaresma, o período antes da Semana Santa, mas a novidade que introduziu Francisco é a de sair do Vaticano para vivê-los de maneira mais intensa. A semana de retiro terminará amanhã, após a missa e o café da manhã. Às 10h30 (horário local), o papa e os demais membros da Cúria retornarão ao Vaticano.

O dia do aniversário de um ano de papado será como um dia normal: realizará missa às 6h30 GMT (3h30, em Brasília), para depois, às 8h30 GMT (5h30, em Brasília), após o café da manhã, escutar a primeira meditação proposta por padre Ângelo De Donatis, da Igreja romana de São Marco Evangelista ao Campidoglio, que foi o eleito para esta semana de exercícios espirituais.

O cardeal espanhol Julián Herranz, que foi presidente da Comissão Disciplinar da Cúria Romana que averiguou o caso Vatileaks, fez hoje diante da imprensa um balanço do primeiro ano de pontificado de Francisco. Ele qualificou os 12 meses de pontificado de Jorge Mario Bergoglio como “um ano de graça dado à Igreja”.

“O papa está tão apaixonado de Cristo que quer que todo o mundo esteja” e, por isso, “é um grande evangelizador porque fala de Cristo e de seu amor”, disse.

Herranz disse que isso permite ao papa se levantar a cada dia às 4h30 (horário local) e não parara um dia inteiro para respirar, nem no verão, quando fica em Roma.

“Se sai é para trabalho, como quando foi à praia de Copacabana, não para se banhar no mar, mas para dar um banho na multidão”, disse Herranz em referência à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada no Rio de Janeiro no ano passado.

Ele acrescentou que o papa Francisco está sacudindo o mundo da Igreja com duas verdades fundamentais: a primeira, é que não é possível viver de costas para Deus; e a segunda, é que “à Igreja lembrou que ou é missionária ou não é nada, porque foi fundada para transmitir a mensagem de salvação de Cristo”.

De acordo com o cardeal, o papa Francisco está iniciando o ponto central do Concílio Vaticano II, ou seja, “o chamado universal à santidade e ao apostolado”, a tomar-se o fato “de ser cristão seriamente”.

Francisco completa um ano de pontificado, caracterizado pelas reformas na Cúria, a abertura da Igreja e por tentativas para mostrar-se simples e próximo as pessoas.

A reforma da Cúria começou com a nomeação do secretário de Estado, o italiano Pietro Parolin, de 58 anos, em substituição ao cardeal Tarcisio Bertone, com a imagem manchada pelo escândalo dos vazamentos dos documentos do Vaticano.

Em 5 de julho de 2013, o papa apresentou a carta encíclica (documento pontifício dirigido aos bispos de todo o mundo) sobre a fé, “Lumen Fidei”, iniciada pelo seu antecessor Bento XVI e que não pôde terminar ao renunciar o pontificado em 28 de fevereiro.

Outra das decisões-chave do papa Bergoglio foi a nomeação de uma comissão de investigação para reformar o Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, envolvido há anos em vários escândalos financeiros.

Além disso, neste um ano, o papa publicou dois “Motu Proprio” (documento papal): um com medidas para prevenir e lutar contra a lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa; e outro para criar uma Secretaria de Economia, que se ocupará de tramitar as atividades econômicas e administrativas da Santa Sé e do Estado do Vaticano. EFE

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