Papa sugere contracepção em casos de zika e critica Trump sobre imigrantes

  • Por Agência Estado
  • 18/02/2016 16h01
Papa Francisco acena ao chegar para sua audiência geral na praça São Pedro, no Vaticano, nesta semana. 10/06/2015 REUTERS/Tony Gentile Reuters Papa Francisco

O papa Francisco sugeriu nesta quinta-feira que as mulheres ameaçadas com o vírus zika poderiam usar métodos contraceptivos, mas não abortar o feto, dizendo que há uma clara diferença moral entre abortar e prevenir uma gravidez, disse ele abordo de seu avião.

O papa respondeu a pergunta de um repórter que questionou se o aborto e o uso de contraceptivos poderiam ser considerados um “mal menor” quando ligados aos casos do vírus zika ou de microcefalia.

“O aborto não é um mal menor, é um crime”, disse ele a repórteres. “Retirar uma vida para salvar outra é o que a máfia faz. É um crime. É um mal absoluto”. Por outro lado, evitar a gravidez não é um mal absoluto em certos casos, como quando uma pessoa está com o vírus zika, disse o papa.

Em outra questão, desta vez envolvendo as eleições presidenciais nos EUA, o papa Francisco disse que a posição do pré-candidato republicano Donald Trump sobre a imigração “não é cristã”, disse ele durante uma coletiva de imprensa dentro de seu avião enquanto viajava para Roma após sua visita ao México, onde a situação dos imigrantes foi um tema central. 

O pontífice criticou duramente a proposta de Trump de erguer um muro na fronteira e deportar milhões de imigrantes ilegais. “Uma pessoa que só pensa sobre a construção de muros, onde quer que estejam, e não na construção de pontes, não é cristã. Isso não está no Evangelho”, disse o papa. 

“Este homem não é cristão, se ele fala dessa maneira”. Antes de sair do México na quarta-feira, o papa mostrou a sua solidariedade com os migrantes.

Logo após as declarações do papa, Trump se pronunciou, afirmando que um líder religioso questionar a fé de uma pessoa é “vergonhoso”.

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