Pesquisadores descobrem células iPS que geram menor risco de infecção

  • Por Agencia EFE
  • 09/01/2014 11h05

Tóquio, 9 jan (EFE).- Uma equipe de pesquisadores japoneses desenvolveu um novo método para cultivar células pluripotentes induzidas (iPS), importante avanço que permite que elas apresentem um menor risco de infecção ao serem transplantadas.

A equipe, que inclui pesquisadores das universidades de Kyoto e Osaka, criou pela primeira vez células iPS, com capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido, sem o uso de materiais de origem animal, informou nesta quinta-feira a emissora pública “NHK”.

Normalmente são utilizados tecidos de ratos e sangue bovino para obter as iPS, o que aumenta o risco de infecção ao serem transplantadas em humanos, exigindo a realização de uma extensa e exaustiva série de controles prévios.

Os pesquisadores usaram uma proteína sintetizada conhecida como laminina-511, que permite estabilizar as células na superfície de cultivo e, assim, obtê-las apenas com a utilização de aminoácidos e vitaminas, sem o uso de ingredientes de origem animal.

Um dos membros da equipe, o pesquisador Masato Nakagawa, do Centro para a Pesquisa e a Aplicação das Células iPS (CiRA) da Universidade de Kioto, explicou a “NHK” que este método passará a ser o padrão para a criação de iPS e que a descoberta representa um grande passo para a medicina regenerativa.

O CiRA, fundado em 2010, é dirigido por Shinya Yamanaka, prêmio Nobel de Medicina em 2012 e pai das células iPS, que são obtidas ao reprogramar células já maduras.

A descoberta foi uma verdadeira revolução, ao deixar obsoleto o uso de seu equivalente natural, as células-tronco embrionárias, cuja obtenção envolve problemas éticos.

No futuro, as iPS poderiam permitir a regeneração de órgãos inteiros, enquanto que seu uso em estudos clínicos promete revolucionar a criação de novos remédios. EFE

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