Polícia ucraniana liberta 67 manifestantes detidos por distúrbios em Odessa

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2014 22h59

(Atualiza número de libertados e acrescenta dados).

Donetsk (Ucrânia), 4 mai (EFE).- A polícia da Ucrânia libertou neste domingo 67 manifestantes pró-Rússia detidos em Odessa nos distúrbios de sexta-feira, após cerca de mil pessoas tentarem atacar hoje a sede do Ministério do Interior na cidade.

A procuradoria regional de Odessa decidiu pôr em liberdade os participantes das desordens “por exigência dos manifestantes”, segundo um comunicado da polícia divulgado pela agência “UNIAN”.

Os ativistas foram recebidos por familiares, amigos e simpatizantes concentrados no pátio interior do edifício com gritos de “Odessa, cidade russa”, segundo a imprensa local.

Entre libertados estariam também partidários da integridade da Ucrânia.

Os distúrbios ocorridos em Odessa, cidade banhada pelo Mar Negro, terminaram com 46 pessoas mortas na sexta-feira.

Os detidos puderam deixar o edifício após um dos chefes do Ministério do Interior na região de Odessa ir até o local.

Agora, a polícia tenta convencer os manifestantes reunidos para que se dispersem, o que não foi aceito pelos rebeldes. Os insurgentes alegam que os documentos de identidade não foram devolvidos aos manifestantes, por isso eles poderiam voltar a ser presos.

Ao todo, 127 pessoas permaneciam detidas por participar ativamente nos distúrbios protagonizados por ativistas pró-Rússia e pró-Ucrânia.

Pouco antes, os rebeldes lançaram pedras contra as janelas do edifício e tentaram entrar à força no ministério, mas soldados impediram o acesso.

Os rebeldes queriam impedir a transferência de seus companheiros para tribunais de primeira instância para que o juiz emitisse medidas cautelares.

Os manifestantes chegaram ao local após marchar pelas ruas da cidade procedente da Casa dos Sindicatos, onde um incêndio matou na sexta-feira 40 pessoas, a maioria insurgentes pró-Rússia partidários da federalização da Ucrânia.

Em frente ao prédio já havia centenas de familiares e amigos dos presos, que se concentraram no local para exigir sua libertação.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, que chegou hoje a Odessa, responsabilizou a polícia pelos enfrentamentos de sexta-feira.

“Se os órgãos de segurança funcionassem, então os terroristas deveriam ter sido neutralizados”, disse Yatseniuk, citado pela imprensa local.

Yatseniuk explicou que um grupo especial da Procuradoria-Geral se encarregará de investigar as circunstâncias da tragédia para “encontrar todos os líderes e organizadores” dos distúrbios.

Dezenas de milhares de habitantes de Odessa foram hoje para as igrejas para homenagear os mortos, enquanto muitos depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.

A Ucrânia declarou luto nacional por dois dias pela tragédia em Odessa. A maioria dos mortos no incêndio eram manifestantes pró-Rússia, que entraram no prédio para fugir da polícia.

Os rebeldes acusam o lado contrário de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia diz que os insurgentes também lançaram objetos e dispararam de dentro da Casa dos Sindicatos contra a multidão. EFE

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