Aécio pede mais prazo em inquérito que tramita no Supremo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/02/2018 16h34
Geraldo Magela/Agência Senado Geraldo Magela/Agência Senado No ano passado, Aécio já buscou suspender o prazo para apresentação de resposta à denúncia oferecida no inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o que foi negado por Marco Aurélio em dezembro
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais prazo para apresentar sua resposta em inquérito que o investiga pelos supostos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça, instaurado em maio de 2017, com base na delação da JBS.

O pedido foi feito ao ministro Marco Aurélio de Mello, relator do inquérito na Corte. “Aécio Neves da Cunha, por seus advogados, nos autos do Inquérito supramencionado, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência requerer a concessão de prazo em dobro para apresentação de Resposta, nos termos do art. 229 do CPC c.c. o art. 3º do CPP”, pede a defesa

No inquérito, ainda são investigados Andrea Neves da Cunha, irmã de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, conhecido como Fred, e Mendherson Souza Lima, que é ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG). Segundo a defesa, a concessão do prazo em dobro é necessária porque trata-se de um caso com quatro investigados, representados por procuradores distintos. Os advogados do tucano ainda pedem que, se assim não for entendido pelo ministro, que seja o prazo estendido ao menos até 15 de fevereiro, quando vence o prazo para Andrea responder à Justiça.

“Tampouco há que se falar em prejuízo ao processo, considerando que a análise das Respostas será feita por Vossa Excelência na mesma oportunidade, após sua apresentação por todos os acusados”, alega a defesa.

No ano passado, Aécio já buscou suspender o prazo para apresentação de resposta à denúncia oferecida no inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o que foi negado por Marco Aurélio em dezembro. A PGR acusa o senador, Andrea, Frederico e Mendherson da prática do crime de corrupção passiva, e o parlamentar também de tentar embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

Suspeita

Entre as acusações que pesam sobre Aécio, está a gravação na qual o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em uma conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.

A irmã de Aécio teria feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo para receber o dinheiro, que foi entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma, segundo o Ministério Público.

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