Em depoimento na CPMI da JBS, procurador acusa Janot de “fasear a verdade”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/10/2017 11h33 - Atualizado em 17/10/2017 12h23
Luis Macedo/Agência Câmara Luis Macedo/Agência Câmara Villela presta depoimento a parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS

Preso em maio, suspeito de vazar informações sobre investigações envolvendo o grupo J&F, o procurador Ângelo Goulart Villela afirmou que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot “falseou a verdade” ao incluí-lo no que chamou de “trama” da delação premiada da empresa. Villela presta depoimento a parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS nesta terça-feira, 17.

“Eu tinha atribuição desde o princípio para atuar no caso Eldorado, tinha autonomia. O fato de ter que conversar com o coordenador da força tarefa não exime a minha atribuição para atuar”, afirmou Villela, que citou declarações de Janot de que ele teria atuado por conta própria. “Houve por parte do ex-procurador-geral (Rodrigo Janot) uma tentativa de falsear a verdade”, disse Villela.

“Se eu era um procurador infiltrado, ou seja, trabalhando para eles, como eu poderia estar embaraçando uma colaboração que seria benéfica a eles? Eu preciso fazer uma ginástica interpretativa para entender isso”, disse.

O procurador foi preso no dia 18 de maio, durante a Operação Patmos, suspeito de vazar informações sobre a Operação Greenfield, da qual o grupo J&F é alvo. Em troca, segundo os delatores, ele recebia uma mesada de R$ 50 mil. O procurador foi solto em agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo ele, que nega ter recebido propina, as acusações contra ele são conflitantes ao tratar os R$ 50 mil como uma espécie de “mensalinho” e, depois, como uma “promessa de pagamento”.

“Essa trama vem sendo elucidada até pelo excesso de esperteza, para não dizer outra coisa, por essas pessoas que se autogrampearam”, disse Villela em referência aos delatores da JBS.

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