Fachin manda soltar aliado de Geddel Vieira Lima

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/02/2018 19h01 - Atualizado em 03/02/2018 19h10
Marcelo Camargo/EBC/FotosPúblicas Gustavo Ferraz confessou à PF que buscou malas de dinheiro em um hotel, em São Paulo, para Geddel Vieira Lima, em 2012

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou um pedido da defesa de Gustavo Pedreira de Couto Ferraz e revogou a prisão domiciliar do aliado do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Ferraz foi preso em 8 de setembro após a Polícia Federal encontrar vestígios de suas digitais em algumas notas dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento de Salvador durante a operação Tesouro Perdido. Ele estava em prisão domiciliar desde o mês de outubro.

A reportagem apurou que mesmo com a decisão de Fachin, expedida na sexta-feira, 2, Ferraz ainda permanece em casa com sua tornozeleira porque nenhum dos órgãos notificados pelo ministro cumpriram o alvará de soltura. O documento foi encaminhado ao diretor-geral da Polícia Federal Fernando Segovia e ao secretário de Administração Penitenciária da Bahia Nestor Duarte Guimarães Neto.

Os advogados Pedro Machado de Almeida Castro e Octávio Orzari, que representam Ferraz, tentam desde outubro do ano passado revogar a prisão do ex-chefe da Defesa Civil da Bahia. O principal argumento dos defensores era de que Ferraz colaborou com a investigação.

Em pedido encaminhado a Fachin na última quinta-feira, 1, os advogados afirmaram que “a longa duração de sua prisão também passa a ser um argumento (que ganha força a cada dia que se passa) para a concessão da liberdade, considerando que já está preso há mais de 4 meses, sendo que, jamais demonstrou qualquer risco à sociedade ou ao processo”.

Confissão

Ferraz confessou à PF que buscou malas de dinheiro em um hotel, em São Paulo, para o ex-ministro, em 2012, no âmbito das eleições municipais. Ele diz nunca ter ido ao bunker dos R$ 51 milhões em Salvador, mas alegou que a viagem à capital paulista pode explicar o fato de suas digitais terem sido encontradas nas cédulas.

Em depoimento, Ferraz disse acreditar que “suas digitais foram identificadas no material encontrado durante a busca, uma vez que no ano de 2012, a pedido de Geddel Vieira Lima, transportou de São Paulo/SP para Salvador/BA dinheiro de contribuição para campanhas do PMDB da Bahia”.

Ele ainda afirmou que Geddel “disse à época que o dinheiro seria utilizado nas campanhas dos prefeitos e vereadores do PMDB no Estado da Bahia”.

Ferraz contou à PF que foi informado pelo ex-ministro de que ‘a entrega do dinheiro seria intermediada por uma outra pessoa’ com quem ele deveria se encontrar em um hotel.

Ele alega que foi até o hotel indicado e se encontrou com a pessoa – não identificada em seu depoimento – e que, com ela, foi até um escritório “sem identificação externa’ aonde aguardou em uma sala de reuniões até pegar, junto a outro interposto, uma mala de dinheiro de ‘tamanho pequeno, compatível com as permitidas no interior de aviões”.

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