Governo Temer já soma 15 baixas em Ministérios; confira quem entrou e saiu

  • Por Jovem Pan
  • 03/01/2018 17h21
Valer Campanato/Agência Braisl Presidente Michel Temer deve concluir reforma ministerial em março de 2018

Com a saída de Marcos Pereira do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, nesta quarta-feira (3), já são 15 as baixas no governo Temer.

Desde que assumiu a presidência da República, após o afastamento de Dilma Rousseff, em maio de 2016, Temer abriu 28 ministérios, mas apenas 17 deles permanecem intactos sem trocas. As pastas que mais sofreram alterações foram Cultura, Fiscalização e Transparência, Secretaria de Governo, e Justiça.

As saídas foram motivadas por diversas razões, seja por discordância de ideologia, por falta de apoio à base governista ou por decisões pessoais. O presidente, aliás, já adiantou que deve concluir o projeto de reforma ministerial em março de 2018. A ideia é melhorar a articulação política e dar mais espaço aos aliados.

A Jovem Pan apresenta uma relação completa dos ministros que já pularam do barco em pouco mais de um ano e meio, confira:

– Romero Jucá, ministério do Planejamento

Apontado como braço direito do presidente Temer, Romero Jucá deixou a pasta do ministério do Planejamento em 23 de maio de 2016, após ter sido flagrado em conversas com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O diálogo sugere um pacto para barrar a Lava Jato junto aos ministros do STF. Jucá, inclusive, era investigado pelo recebimento de propina em esquema da Petrobras.

Assumiu: Dyogo Oliveira

Fabiano Silveira, ministro da Transparência, Fiscalização e Controle

Mais um que caiu por causa dos grampos. Fabiano Silveira, assim como Jucá, também criticou a Lava Jato e tentou interceder contra a Procuradoria-Geral da República.

Assumiu: Torquato Jardim

– Henrique Eduardo Alves, Ministério do Turismo

Henrique Eduardo Alves também não chegou a completar um mês em sua pasta. O então ministro do Turismo foi denunciado em delação premiada pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que pagou R$ 1,55 milhão a Alves durante as campanhas eleitorais de 2008 e 2014.

Assumiu: Max Beltrão

– Fábio Medina Osório, Advocacia-Geral da União

Osório foi demitido por Temer em 09 de agosto de 2016. O advogado-geral da União se desentendeu com Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, por conta de possíveis acessos aos políticos envolvidos em inquéritos da Lava Jato. Osório não comunicou Temer e caiu.

Assumiu: Grace Mendonça

– Marcelo Calero, Ministério da Cultura

Calero não aguentou as pressões políticas e sucumbiu em 18 de novembro de 2016. No comando do Ministério da Cultura, Marcelo Calero chegou a ser intimidado por Geddel Vieira Lima, na época na Secretaria de Governo, para facilitar a aprovação de um empreendimento imobiliário em uma área tombada pelo Ipahn (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Salvador-BA.

Assumiu: Roberto Freire

– Geddel Vieira Lima, Secretaria de Governo

Não demorou muito e uma semana após a saída de Marcelo Calero, Geddel Vieira Lima também deu adeus ao governo sob acusação de tráfico de influência no episódio envolvendo o Iphan. Já em setembro de 2017, a Polícia Federal descobriu que Geddel era dono de um bunker com R$ 51 milhões e realizou a maior apreensão em dinheiro vivo da história. O ex-ministro acabou preso ao lado do irmão o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e da mãe Marluce Vieira Lima.

Assumiu: Antonio Imbassahy

– Alexandre de Moraes, Ministério da Justiça

Outro fiel escudeiro de Temer, Moraes foi indicado pelo presidente da República para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), em vaga deixada por Teori Zawascki, morto em acidente aéreo em 19 de janeiro de 2017.

Assumiu: Osmar Serraglio

– José Serra, Ministério das Relações Exteriores

O tucano deixou o governo em 22 de fevereiro de 2017, após alegar problemas de saúde.

Assumiu: Aloysio Nunes

– Osmar Serraglio, Ministério da Justiça

Osmar Serraglio assumiu o Ministério da Justiça em fevereiro, mas em maio foi trocado por Temer. Em pouco mais de três meses no comando da pasta, Serraglio se envolveu em polêmicas com a Lava Jato e foi criticado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), em grampos do empresário Joesley Batista, proprietário da JBS.

Assumiu: Torquato Jardim

– Roberto Freire, Ministério da Cultura

O episódio JBS causou grandes estragos no governo. Após o estouro do escândalo, Roberto Freire, que havia assumido a Cultura na vaga de Marcelo Calero, pediu demissão em 18 de maio de 2017.

Assumiu: João Batista de Andrade

– João Batista de Andrade, Ministério da Cultura

Pasta que mais sofreu baixas na era Temer, o Ministério da Cultura perdeu o interino João Batista de Andrade em 16 de junho de 2017. Em carta, Andrade confirmou o “desinteresse em ser efetivado como ministro da Cultura”.

Assumiu: Sérgio Sá Leitão

– Bruno Araújo, Ministério das Cidades

Em 13 de novembro de 2017, o tucano Bruno Araújo alegou pressões de seu partido e deixou o governo. A saída de Araújo foi condicionado aos descontentamentos do PSDB, que iniciou um movimento de desembarque do governo.

Assumiu: Alexandre Baldy

– Antonio Imbassahy, Secretaria de Governo

Assim como Bruno Araújo, Antonio Imbassahy, que assumiu na vaga de Geddel Vieira Lima, também foi mais um membro do PSDB a pedir exoneração junto ao governo Temer. Por meio de carta, em 8 de dezembro de 2017, o tucano formalizou sua decisão e agradeceu por ter feito parte da articulação política.

Assumiu: Carlos Marun

– Ronaldo Nogueira, Ministério do Trabalho

Também há episódios de ministros que deixaram as respectivas pastas de olho nas eleições de 2018. Foi o caso de Ronaldo Nogueira que, em 27 de dezembro de 2017, abriu mão do Ministério do Trabalho para se dedicar integralmente à campanha de deputado federal pelo estado do Rio Grande do Sul.

Assumiu: Cristiane Brasil

– Marcos Pereira, Ministério do Comércio Exterior e Serviços

Última baixa do governo Temer, Marcos Pereira, que também é presidente nacional do PRB, pediu exoneração para se dedicar às questões partidárias. Assim como Ronaldo Nogueira, o ex-ministro é outro que deve concorrer ao cargo de deputado federal em 2018.

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