Greve dos caminhoneiros teve impacto de R$ 15 bi na economia, diz Fazenda

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/06/2018 17h00 - Atualizado em 12/06/2018 17h01
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil "Revemos a previsão a cada dois meses, quando divulgamos a programação orçamentária. Então, vamos continuar fazendo isso. Pode ser uma revisão para baixo", afirmou o ministro

A equipe econômica estima que o impacto da greve dos caminhoneiros custou ao país R$ 15 bilhões, ou 0,2% do PIB. De acordo com o Ministério da Fazenda, o número foi discutido na segunda-feira (11), em reunião com o ministro Eduardo Guardia e economistas do setor privado, em São Paulo.

Na segunda, Guardia admitiu que o governo poderá rever para baixo a previsão oficial para o crescimento da economia neste ano, que está em 2,5%.

Ele observou, porém, que essas previsões são reavaliadas a cada dois meses na programação orçamentária e que não faria revisões a cada semana. A aposta do mercado é que o PIB cresça menos do que 2% em 2018.

Guardia chegou a dizer que algumas estimativas sobre o impacto da paralisação estavam exageradas e que os economistas já vinham observando perda de ritmo da economia antes da greve.

“Revemos a previsão a cada dois meses, quando divulgamos a programação orçamentária. Então, vamos continuar fazendo isso. Pode ser uma revisão para baixo”, afirmou o ministro.

Greve afeta venda de etanol em maio
Outro setor bastante afetado pela greve, o comércio de cana-de-açúcar também revelou números preocupantes nesta terça. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o volume total de etanol comercializado pelas usinas do Centro-Sul nos mercados interno e externo em maio, segundo mês da safra 2018/2019, foi de 1,992 bilhão de litros, em comparação com 2,130 milhões de litros em igual período de 2017, recuo de 6,45%.

“Embora em plena safra e com produção crescente de etanol, as distribuidoras não conseguiam retirar o biocombustível nas usinas e destilarias”, informou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica. Segundo a entidade, nos dias de paralisação, as unidades deixaram de entregar 300 milhões de litros de etanol hidratado e 150 milhões de litros de etanol anidro. O volume acumulado total do combustível vendido às distribuidoras e exportado chegou a 2,726 bilhões de litros em dois meses da safra 2018/2019, alta de 25,26% ante os 2,176 bilhões de litros de igual período de 2017/2018.

O volume de etanol vendido pelas usinas às distribuidoras no mercado doméstico no Centro-Sul atingiu 1,880 bilhão de litros em maio (1,087 bilhão na primeira quinzena e 793 milhões na segunda metade) e acumula 3,748 bilhões de litros na safra 2018/2019 até dia 1º de junho. Os volumes representam queda de 6,2% em relação ao total de 2,005 bilhões de litros vendidos em maio de 2017 e aumento de 3,3% sobre o volume acumulado comercializado até igual período da safra 2017/2018 no mercado interno, de 3,628 bilhões de litros, informou a Unica.

As vendas de etanol hidratado combustível cresceram 13,83% em maio sobre o mesmo período de 2017, de 1,213 bilhão para 1,380 bilhão de litros. Com o resultado, as vendas totais de hidratado na safra têm alta de 25,26% entre os períodos para 2,725 bilhões de litros. As vendas totais de anidro recuaram 33,3% se comparados os mesmos meses de 2017 e 2018, para 612 milhões de litros e caem 29,9% no acumulado da safra, para 1,182 bilhão de litros.

A exportação total de etanol atingiu 112,230 milhões de litros em maio, queda de 10% contra os 124,756 milhões de litros no mesmo mês do ano passado. No acumulado da safra 2018/2019, as exportações totais de etanol recuam 31,6%, para 160 milhões de litros, ante 233,8 milhões de litros em igual período de 2017/2018.

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