MPF denuncia Henrique Alves, Cunha e Funaro

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2017 16h04 - Atualizado em 29/11/2017 16h17
Agência Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves já comandaram a Câmara dos Deputados

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte (MPF-RN) denunciou nesta terça-feira (28) os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-operador de propina Lúcio Funaro e outras cinco pessoas ligadas a Henrique Alves, que também foi ministro do Turismo de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB).

A denúncia acusa o repasse de ao menos R$ 4,2 milhões em propina para a campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. O dinheiro faria parte de um esquema de empresas que buscavam financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Do valor, pelo menos R$ 2 milhões teriam sido repassados pela Odebrecht.

A denúncia é fruto da Operação Manus, desdobramento da Lava Jato que prendeu Henrique Alves em julho. A propina teria sido solicitada por Cunha e Alves e repassada por meio de Funaro, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e detalhou o esquema.

Cunha e Funaro foram denunciado por lavagem de dinheiro. Henrique Alves é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suas eventuais penas, se somadas, vão de 3 a 12 anos de prisão.  Os procuradores pedem a substituição das penas previstas para Funaro, por ele ter colaborado com a Justiça. Cunha, que já foi condenado na Lava Jato a 14 anos e 6 meses de reclusão, pode pegar até mais 10 anos de cadeia.

Uma reunião entre Alves e Cunha no dia 6 de agosto de 2014, na Câmara dos Deputados, teria acertado o repasse dos R$ 2 milhões da Odebrecht. O interesse da companhia, cujos executivos também acertaram colaboração com a Justiça, era a privatização da empresa de saneamento e água do Rio Grande do Norte.

Já as outras empresas que deram o restante teriam interesse em financiamentos da Caixa, cuja diretoria era controlada politicamente pelo grupo de Cunha e Alves.

Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, assessor de Henrique Alves e sobrinho do ex-deputado, faria parte do “grupo criminoso” que acertava a propina. Arturo, também denunciado, atuou na coordenação da campanha de 2014.

Outro assessor, Norton Masera, que até outubro ocupava cargo comissionado no ministério do Turismo, teria recebido R$ 600 mil em repasses de Funaro.

Alves também está preso preventivamente por supostamente receber propina por obras na construção da Arena das Dunas, em Natal, capital do Rio Grande do Norte.

O advogado de Cunha negou o conteúdo da denúncia.

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