Palocci: PT recebeu R$ 50 milhões na anulação da Castelo de Areia

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2017 11h13 - Atualizado em 15/09/2017 11h14
BRA01. CURITIBA (BRASIL), 26/09/2016.- El exministro de Hacienda de Brasil, Antonio Palocci, uno de los hombres más influyentes en los Gobiernos de Luiz Inácio Lula da Silva y Dilma Rousseff, llega hoy, lunes 26 de septiembre de 2016,a declarar en el caso de corrupción de la Lava Jato donde es acusado de recibir sobornos para intervenir en ambas administraciones en defensa los intereses de la constructora Odebrecht, en Curitiba (Brasil). EFE/HEDESON SILVA EFE/HEDESON SILVA Delação de Palocci compromete Lula e integrantes do PT

Em delação premiada ainda não homologada, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou que o Partido dos Trabalhadores recebeu R$ 50 milhões em propina da empreiteira Camargo Corrêa pela articulação que anulou a Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com a revista Veja.

Parte dos pagamentos teria sido feita por meio de doações oficiais às campanhas do partido em 2010. A atual presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, então candidata ao Senado no Paraná, teria recebido parte dos valores da Camargo Corrêa como parte do acerto.

Segundo o sistema de consultas do Tribunal Superior Eleitoral, Gleisi recebeu R$ 1 milhão em doações diretas da empreiteira em 2010, em quatro parcelas.

Em janeiro de 2010, o então presidente do STJ Cesar Asfor Rocha concedeu liminar que barrou a operação, que, à semelhança da Lava Jato, avançava sobre a relação de empreiteiras com os partidos políticos. Palocci teria afirmado também na negociação da delação que Asfor Rocha teria recebido R$ 5 milhões de propina da Camargo Corrêa, conforme reportagem da Folha de S. Paulo do final de agosto. O acordo teria sido comandado pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014, e incluía apoio para que o magistrado fosse indicado ao Supremo Tribunal Federal – o que não ocorreu. Todos negaram.

A alegação dos advogados da Camargo Corrêa, acolhida pelo à época ministro, foi a de que as interceptações telefônicas da operação, principal base das investigações, tiveram origem apenas em uma denúncia anônima, o que seria ilegal.

Em 5 de abril de 2011 a Operação Castelo de Areia foi totalmente anulada, assim como seus desdobramentos, pela então 6ª Turma do STJ, em acórdão relatado por Maria Thereza de Assis Moura, acompanhado pelos ministros Haroldo Rodrigues e Celso Limongi. A alegação é a de que direitos fundamentais dos investigados estavam sendo violados a partir de delações anônimas.

Políticos como o atual presidente Michel Temer, o ministro Gilberto Kassab, Valdemar Costa Neto, um irmão de Antonio Palocci e o ex-governador José Roberto Arruda foram citados.

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