PF vê indícios de crimes cometidos por Temer e líderes do PMDB

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 11/09/2017 20h23 - Atualizado em 11/09/2017 21h10
Brasília - Presidente Michel Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha durante cerimônia de Lançamento do Programa Criança Feliz (Carolina Antunes/PR) Carolina Antunes/PR Presidente Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), são acusados de liderar organização criminosa na Cãmara dos Deputados

A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira (11), o inquérito 4327 do Supremo Tribunal Federal (STF), que apurava o envolvimento de líderes do PMDB na Câmara, em suposta organização criminosa que desviava recursos públicos. De acordo com a PF, o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), além dos ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, se organizaram com o objetivo de obter vantagens indevidas.

O inquérito da PF diz que há indícios da prática do crime de organização criminosa – artigo 1.º, parágrafo 1.º e artigo 2.º da Lei 12.850/2013. Os integrantes da cúpula do partido, supostamente, mantinham “estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta”.

O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deve encaminhar o inquérito à Procuradoria-Geral da República. Entre os crimes cometidos pelos peemedebistas estão: corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraude em licitação.

Defesas

Em nota divulgada nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sugeriu que o relatório da Polícia Federal não merece resposta. A PF sustentou, na conclusão do inquérito que investigou o “quadrilhão” do PMDB na Câmara, que a cúpula do partido participava de uma organização criminosa, voltada para obtenção de vantagens indevidas na administração pública.

“O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”, diz a nota, assinada pela Assessoria de Comunicação da Casa Civil.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse que a Polícia Federal não agiu de forma democrática ao “vazar” as conclusões do inquérito que investigou o “quadrilhão” do PMDB na Câmara, sem dar conhecimento aos citados no relatório “Jamais participei de qualquer grupo para a prática de ilícito. Repudio a suspeita”, reagiu o ministro.

Segundo o relatório final da PF, há indícios de que o presidente Michel Temer, Moreira e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, cometeram crimes de corrupção. As investigações apontaram que integrantes da cúpula do PMDB participavam de uma organização criminosa, com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas na administração pública.

“Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático”, afirmou Moreira Franco.

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