PT pede que Lula dê entrevistas e diz que manterá candidatura mesmo sem registro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/06/2018 20h04
EFE/Sebastião Moreira "Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar", disse Gleisi
O PT recorreu à Justiça Federal em Curitiba para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê entrevistas e faça pronunciamentos como candidato a presidente da República mesmo preso. Além disso, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (8) que Lula será candidato ainda que a Justiça Eleitoral negue o registro de sua candidatura.

“Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar”, disse Gleisi, ao justificar o pedido feito à Vara de Execuções Penais da Justiça Federal. A presidente da legenda concedeu uma entrevista coletiva em Contagem (MG), onde o partido promove nesta sexta-feira um ato de “lançamento oficial” da pré-candidatura de Lula ao Planalto.

Mesmo se a Justiça negar a possibilidade, disse Gleisi, a campanha continuará. “Vamos fazer campanha independentemente das falas do presidente, ele vai escrever e todas as lideranças vão falar por ele.”

A senadora disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não poderia negar o registro de Lula, mesmo com o petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Enquanto tem recursos fundamentados nas instâncias superiores, teria que ser feita a candidatura. Nós poderíamos definir inclusive que ele faça a disputa sem o registro”, disse

Na tese de Gleisi, Lula poderia ir para a urna, ser eleito e diplomado enquanto seus recursos não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT, afirmou a presidente, está formulando um parecer levantando casos de outros políticos que tiveram suas situações jurídicas revertidas após a eleição e tomaram posse.

Negando qualquer alternativa à candidatura de Lula, Gleisi diz que o PT conversa com outros partidos do campo da esquerda e que a articulação pode levar a uma composição eleitoral. Mesmo não admitindo que Lula pode não ser candidato, a dirigente afirmou que, “em qualquer circunstância”, a palavra final sobre a movimentação do PT será dada pelo ex-presidente.

Perguntada sobre uma aliança com o PSB em Minas Gerais, Gleisi Hoffmann disse que o PT conversa com a legenda e que as alianças locais vão ser definidas em razão de uma aliança nacional.

Apoio de Renan Calheiros
Em um vídeo veiculado em suas redes sociais, Calheiros assumiu o discurso do PT e disse que Lula foi condenado sem provas. “Lula é candidato a voltar à Presidência a República, tem direito de fazer campanha porque não cometeu crime algum e foi condenado sem provas”, disse o emedebista, que chegou a ser líder do MDB no Senado e rompeu com o presidente Michel Temer.

Calheiros disse ainda que o Nordeste “precisa de Lula livre” e atacou indiretamente o governo Temer ao dizer que o País precisa sair de uma “escuridão” para ser “feliz de novo”. A expressão “O Brasil feliz de novo” é o slogan do “lançamento oficial” da pré-candidatura de Lula, que ocorre nesta sexta-feira, 8, em Contagem (MG).

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