Como é, presidente? Temer busca aproximação de agronegócio e diz que branco do algodão o “seduzia”

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2017 12h25 - Atualizado em 11/08/2017 13h00
Alan Santos/PR Presidente Michel Temer (esquerda) participa da abertura da colheita de algodão no Mato Grosso

O presidente Michel Temer discursou nesta sexta-feira (11) na inauguração de uma usina de etanol produzido a partir do milho em Rio Verde, Mato Grosso.

Com palavras carinhosas ao agronegócio, Temer recordou história da infância e disse que se “deliciava” quando, aos “oito, nove” anos de idade, ajudava o pai a colher algodão em sua pequena chácara em Tietê, interior de São Paulo, onde nasceu.

Temer afirmou que a brancura do algodão o “seduzia” e “representava uma pureza” que o permitia estudar.

“Hoje é um dia de uma grande celebração da pujança do campo em Mato Grosso. Fomos colher algodão e eu me recordo: meu pai tinha uma chácara em Tietê (SP), pequena cidade do interior (de SP). Não tinha como aqui (em Mato Grosso), em que as pessoas têm 200 mil hectares, 600 mil hectares. Lá era uma chácara de 20 alqueires. Mas meu pai plantava algodão. E eu me recordo que, menino ainda, eu me deliciava indo ajudar a colher algodão, com oito anos de idade, nove anos. A colheita era manual, mas o que me encantava era a brancura do algodão, a ideia de que o algodão representava uma pureza que permitia, no caso de meu pai, que o meu pai vendesse algodão e nos colocasse na escola e permitisse que nós, com o pouco de agricultura que ele praticava, pudesse, com aquela brancura do algodão que, volto a dizer, me seduzia, eu sentia nitidamente que era aquilo que me permitia ir ao grupo escolar, ao ensino médio e à faculdade de Direito”, discursou, Temer, destacando, ao final, a “tecnologia extraordinária” das máquinas de colheita de algodão que chegou a pilotar antes do discurso.

Para Temer, ministro da Agricultura “Blairo Maggi fez mais pela agricultura do que o que não foi feito em 15 anos de governo”.

“O Brasil prospera e confia no que estamos fazendo”, garantiu o presidente impopular (5% de aprovação segundo o Ibope), vangloriando-se da melhora de alguns dados econômicos, como a inflação.

O presidente também elogiou o fato de a usina da empresa FS Bioenergia ser a primeira usina de etanol de milho do País e pediu: “Merece aplauso, ou não merece aplauso?”

Citando que a tecnologia aproveitará as raspas do milho para alimentar gados e gerar energia, Temer brincou: “Veja o que se pode fazer com um produto que antigamente só servia para fazer fubá”.

“Ousado”

Temer também elogiou as reformas do próprio governo.

“Estou sendo mais do que corajoso. Estou sendo ousado. São matérias que ficaram anos e anos paralisadas e nós estamos dando solução”, disse, citando a reforma trabalhista, a parecer vinculante que assinou e para as demarcações de terras indígenas a partir do marco temporal, medida criticada por entidades não governamentais, como ambientalistas e entidades defensoras dos povos indígenas.

No fim do discurso, Temer pediu o fim de uma “cultura de animosidade” e pediu que brasileiro não atue “contra brasileiro”.

Reprodução/TV/NBR

“No Brasil nós temos que eliminar uma cultura política que se instalou nos últimos tempos, que é a da animosidade, da litigância”, disse.

“Para ter uma vida digna, é preciso que todos estejam empregados”, disse ainda o presidente. “Não há coisa mais indigna do que o desemprego”, concluiu, elogiando a empresa que inaugurou a usina e estaria tirando muitas pessoas da “indignidade” ao lhes dar um emprego.

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