Tentam me colocar a pecha de gerar 13 milhões de desempregados, diz Temer

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/07/2018 15h40 - Atualizado em 30/07/2018 15h47
Rovena Rosa/Agência Brasil Presidente Michel Temer lamentou o fato de a reforma da Previdência não ter sido aprovada durante seu governo

O presidente Michel Temer reclamou na tarde desta segunda-feira, 30, de ser responsabilizado pelo alto índice de desemprego do País. “Tentam me colocar a pecha de gerar 13 milhões de desempregados”, afirmou, em almoço com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Mas a realidade é que em apenas dois anos fizemos reformas importantes para a economia, coisas que outros governos de quatro, oito anos não conseguiram. Não podemos voltar atrás.”

Ao lamentar o fato de as mudanças na Previdência não terem sido discutidas no Congresso, Temer comentou sobre a relação com os parlamentares e a aprovação do teto dos gastos e a reforma trabalhista. “Fizemos tudo isso em apenas dois anos. Enfrentei uma oposição radicalíssima”, disse.

Continuísmo de políticas

Num discurso marcado pela defesa do legado do governo, que está a cinco meses de encerrar o mandato, o presidente Michel Temer pediu continuidade da agenda implementada desde que chegou, há dois anos, ao Palácio do Planalto.

“Meu maior desejo neste momento é que nós não venhamos a cortar aquilo que já foi começado. Precisamos continuar, e continuar exige governo de quatro anos, quem sabe de oito anos”, declarou o emedebista.

“O continuísmo, no sentido de projetos que foram implementados ao longo desse tempo, é fundamental. E acho que a consciência nacional tem que tomar ciência de que não podemos parar tudo que está aí… As políticas que implementamos com o apoio de todos os senhores deve ser prestigiada”, acrescentou o presidente.

Temer fez na Fiesp um longo levantamento de medidas e feitos de seu governo. Citou, entre eles, as reformas do ensino médio e trabalhista, a regra que fixou um teto aos gastos públicos, a recuperação das estatais, a repactuação das dívidas dos Estados e a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro.

Foi uma agenda conduzida num prazo de dois anos diante de uma oposição classificada por ele como “radicalíssima”.

Em mensagem direcionada aos candidatos e pré-candidatos das eleições de outubro, Temer pregou o fim de uma radicalização que divide, assim como “não é útil ao País”, e observou que sem o Congresso não se governa.

“Digo isso para que os nossos pré-candidatos ouçam e se conscientizem disso para não dizerem barbaridades que, às vezes, dizem. Se você não tiver diálogo efetivo com o Congresso, você não governa”, disse Temer.

“Depois do momento político-eleitoral, vem o momento político-administrativo, onde é importante ter oposição, mas não no sentido político e sim no sentido jurídico… Após as eleições, tem que buscar o bem comum”, emendou.

O presidente criticou ainda a desarmonia entre poderes e órgãos do Estado. “O que mais precisamos no País é concórdia. Instituímos nestes últimos anos um sistema de discórdia, de quase ódio, uma disputa, por exemplo, entre os poderes do Estado e entre órgãos dos poderes do Estado”, declarou Temer.

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