Radicais prejudicam mais Maomé do que cartunistas, diz líder do Hezbollah

  • Por Agência EFE
  • 09/01/2015 15h27

Os grupos takfiris (radicais sunitas) “prejudicaram mais o profeta (Maomé) do que os cartunistas”, disse o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em discurso nesta sexta-feira (9) em alusão ao atentado da quarta-feira (7) em Paris que deixou 12 mortos.

“Estes grupos (radicais sunitas) atentam contra Alá e a nação islâmica mais do que teriam feito os inimigos do islã. Como podem, através de suas palavras, invocar Alá e reivindicar ações horríveis, violentas e bárbaras, quando Alá, através do profeta, nos ensinou a sermos misericordiosos, noção que deve guiar nosso comportamento e nossa personalidade?”, disse ele em discurso emitido hoje por vídeo em virtude do aniversário do nascimento de Maomé.

O líder xiita afirmou que a ameaça radical atenta contra o profeta, a religião e o Corão.

“Os muçulmanos fazem frente a um desafio. Não se trata apenas de defender às minorias ou os governos, mas também à religião, cuja defesa é responsabilidade de todos”, afirmou.

Nesse sentido, Nasrallah pediu aos muçulmanos de todas as comunidades para unirem esforços, afirmarem que não têm vínculos com os takfiris e agirem para seu desaparecimento.

No referente ao Líbano, o líder xiita disse que seus combatentes estão dispostos a fazer frente aos takfiris, especialmente os responsáveis do sequestro dos militares libaneses em Arsal, em agosto do ano passado. Na época, o exército enfrentou membros das organizações jihadistas Estado Islâmico, Frente al Nusra e outros grupos extremistas nessa região do nordeste do Líbano e limite com a Síria, onde 30 policiais e soldados foram sequestrados, sendo que cinco morreram.

Segundo Nasrallah, seus combatentes estão dispostos a ir até o fim.

“Que ninguém semeie o pânico (entre os libaneses). Caso aconteça um grande confronto, não teremos nenhum problema em fazer frente, da mesma forma que fizemos no passado com Israel”, declarou ele.

O líder do Hezbollah criticou as autoridades do Bahrein por “reprimir a comunidade xiita que reivindica seus direitos políticos de modo pacífico”, em alusão à recente prisão do líder da oposição do país, xeque Ali Salman.

O Bahrein, um pequeno reino de maioria xiita, é palco desde 14 de fevereiro de 2011 de protestos populares para pedir reformas políticas que foram reprimidas pela monarquia sunita governante.

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