Retrospectiva 2018: Viaduto que cedeu em novembro reacende debate sobre manutenção de vias em SP

  • Por Jovem Pan
  • 26/12/2018 07h16 - Atualizado em 26/12/2018 08h01
Reprodução/TV Globo A queda da pista ocorreu por uma combinação de fatores, como fadiga do concreto e defeitos que não poderiam ser notados na tradicional inspeção visual

Madrugada de 15 de novembro, Marginal Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Pelo horário, em pleno feriado da Proclamação da República, poucos motoristas passavam pelo local, quando um viaduto a 500 metros da ponte do Jaguaré, cedeu cerca de dois metros. Cinco carros foram danificados e não houve vítimas graves.

A partir daí começava uma verdadeira maratona na Prefeitura de São Paulo: entender os motivos da queda da estrutura, encontrar os projetos originais do viaduto e saber o que fazer para recuperar.

O prefeito Bruno Covas, em entrevista exclusiva ao programa Ligado na Cidade, reforçou que não havia sinal aparente que tal incidente pudesse ocorrer.

Por segurança, inicialmente a Marginal Pinheiros, no sentido do acesso à rodovia Castello Branco, foi interditada. Com a volta dos feriados da Proclamação da República e Consciência Negra foi possível ver o impacto negativo no trânsito, mesmo com rotas alternativas desenhadas pela CET.

Os dias foram passando com o serviço de escoramento e elevação da estrutura e, em cerca de duas semanas, a maior parte da Marginal foi liberada, como explicou na ocasião o secretário de transportes João Octaviano Neto.

Em paralelo, o prefeito Bruno Covas teve que se defender de um inquérito aberto pelo Ministério Público, que investiga o uso de verbas para manutenção destes espaços.

A reportagem da Jovem Pan passou a receber reclamações e denúncias de várias localidades com a preocupação dos paulistanos sobre a situação das 185 pontes e viadutos da capital. O engenheiro Rafael Timerman, membro do Instituto de Engenharia de São Paulo, alerta que as estruturas precisam de cadastramento e plano para recuperação urgente.

O Tribunal de Contas do Município acompanhou os trabalhos de recuperação da estrutura e os arquivos do projeto foram encontrados em um depósito, e exibidos pelo âncora do Jornal da Manhã, Thiago Uberreich, que teve acesso em primeira mão aos documentos.

Quase um mês depois do fato, o prefeito Bruno Covas anunciou que o melhor a ser feito é a reforma da estrutura e não a demolição. Ainda assim, a administração municipal disse não ser possível apontar uma causa única para o incidente.

A queda da pista ocorreu por uma combinação de fatores, como fadiga do concreto e defeitos que não poderiam ser notados na tradicional inspeção visual.

*Informações do repórter Fernando Martins

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