Rússia envia nove aviões de combate à Bielorrússia

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2014 16h03

Moscou, 13 mar (EFE).- A Rússia enviou seis caças e três aviões de transporte militar à vizinha Bielorrússia para realizar, entre outros trabalhos, missões de espionagem aérea, informou nesta quinta-feira o Ministério da Defesa russo.

“As tripulações dos caças russos vigiarão junto a seus colegas bielorrussos o espaço aéreo” do país, vizinho da Rússia e da Ucrânia, “para sua defesa e para trabalhos de espionagem aérea”, diz o comunicado do Ministério.

As nove aeronaves de combate terão base no aeroporto militar de Babruysk, na região de Mogilev que faz limite com a Rússia, segundo confirmaram à imprensa local as Forças Aéreas bielorrussas.

As autoridades bielorrussas asseguraram, além disso, que os aviões russos participarão das manobras militares desse país dirigidas a comprovar sua preparação para o sistema regional conjunto de defesa antiaérea.

“Caso siga crescendo a presença de tropas (estrangeiras) nos Estados que fazem limite com a República da Bielorrússia, serão tomadas as correspondentes medidas de reação em território bielorrusso”, advertiu um porta-voz do Ministério da Defesa desse país.

Foi o presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, considerado pelos EUA o “último ditador” da Europa, quem propôs um dia antes a Moscou acolher aviões militares russos em seu território perante a crescente presença militar da Otan perto das fronteiras russo-bielorrussas.

“Que nos enviem ao território bielorrusso entre 12 e 15 aviões, não mais. Para patrulhar”, disse Lukashenko, cujo país compartilha com a Rússia um sistema integrado de defesa aérea.

“A escalada do conflito (na Ucrânia) já está junto a nossas fronteiras. Já afeta nossos interesses e não temos direito a estar como ratos assustados por uma vassoura”, disse Lukashenko.

Além de Rússia e Ucrânia, a Bielorrússia compartilha fronteiras com a Letônia, Lituânia e Polônia, países que fazem parte da Otan e o último dos quais poderia acolher no futuro elementos do escudo antimísseis dos Estados Unidos.

Enquanto isso, as Forças Armadas russas intensificaram nos últimos dias suas manobras militares em várias regiões fronteiriças com a Ucrânia, que solicitou hoje à ONU que debata com urgência a intervenção militar russa na rebelde autonomia ucraniana da Crimeia.

“O principal objetivo é comprovar o estado de preparação das unidades militares e a realização de missões de combate de instrução sobre terreno desconhecido”, assinalou o Ministério em comunicado.

Nas manobras participam, além disso, tropas de infantaria mecanizada, artilharia e inclusive destacamentos ferroviários, que trabalharam em cooperação em exercícios complexos que imitam situações próximas ao combate real.

Além disso, várias unidades de infantaria aerotransportada, as tropas de elite russas melhor preparadas para o combate, foram transferidas à região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, para participar de exercícios de instrução.

O ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniukh, denunciou que mais 220 mil soldados russos estão desdobrados junto à fronteira com a Ucrânia, um contingente que supera em número todos os soldados do Exército de Kiev.

Nas últimas duas semanas, as tropas russas tomaram o controle quase total dessa península, que se prepara para decidir em referendo convocado para domingo sua união com a Rússia, da qual fez parte até 1954, ou se permanece na Ucrânia.EFE

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