São Paulo: a metrópole multicultural faz 460 anos com desafios gigantescos

  • Por Agencia EFE
  • 24/01/2014 16h28

Waldheim García Montoya.

São Paulo, 24 jan (EFE).- São Paulo, a maior e mais rica cidade do país, completa amanhã, sábado, 460 anos com desafios gigantes e um legado multicultural, construído com a participação de imigrantes dos cinco continentes que deram à metrópole de quase 20 milhões de habitantes sua própria identidade.

Fundada em 25 de janeiro de 1554, data da conversão do apóstolo Paulo, por um grupo de jesuítas liderado pelos sacerdotes Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que tinham como missão de catequizar os índios que existiam no território, o planalto do Piratininga.

Mais da metade da população paulistana tem alguma ascendência italiana, são meio milhão de descendentes orientais, a maior colônia nipônica do mundo, sete milhões de libaneses – que superam inclusive a população do próprio país árabe – e uma infinidade de imigrantes de todos os cantos do mundo, a cidade se tornou uma amálgama de culturas.

“São Paulo é verdadeiramente uma cidade de todos em toda a extensão da palavra. Não podemos defini-la como portuguesa pela língua ou italiana pela origem da maior parte de sua população. É uma cidade, que no sentido de crescimento global, caminhou como Nova York e Paris”, disse à agência Efe a socióloga Sônia Bonadio.

Bonadio, também professora de história, ressaltou que com 12 milhões na capital, 19 se somarmos os 38 municípios da região metropolitana, convivem o crescimento, desenvolvimento e modernidade de uma grande metrópole, e os problemas enfrentados por um organismo desse tamanho.

“É uma cidade gigante, os problemas também são gigantes. Além das questões de saúde e educação que existem em todo o país, São Paulo agrava sua situação com as crise de mobilidade urbana, planejamento e segurança”, advertiu a especialista.

Se fosse considerada como um país, só a cidade de São Paulo seria, de acordo com os dados de Produto Interno Bruto (PIB) a quinta maior economia da América do Sul, atrás somente de Brasil, Argentina, Colômbia e Venezuela, e superando a riqueza de Paraguai, Uruguai, Equador e Bolívia juntos.

Mundialmente, de acordo com os dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a cidade seria a 37ª entre todas as economias, com um PIB de R$ 477 bilhões.

A capital paulista responde por 35% do PIB do estado de São Paulo e por 11,5% da economia brasileira, e recebe cerca de dez milhões de turistas por ano, a maioria para eventos e negócios.

O São Paulo Fashion Week, o Salão de Automóvel, o Grande Prêmio do Brasil da Fórmula 1, a Parada do Orgulho Gay – que reúne em média três milhões de pessoas, os times de futebol, e os grandes eventos que recebe consolidaram a cidade como capital financeira e de eventos do país.

A bolsa de São Paulo, a maior por volume da América Latina; a influente Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a concentração de sindicatos, ONGs e atividades fazem com que a cidade nunca pare e que sua força seja quase sempre o epicentro de um país em movimento.

O 460º aniversário de São Paulo, que terá um ato central no Vale do Anhangabaú, liderado pelo prefeito Fernando Haddad e com uma variada programação artística e cultural, será marcado também pela contagem regressiva para o início da Copa do Mundo.

O estádio Arena Corinthians, o “Itaquerão”, receberá em 12 de junho a partida inaugural da Copa, entre as seleções do Brasil e da Croácia. EFE

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