#SãoPaulo461: Relembre a história do Bandido da Luz Vermelha

  • Por Jovem Pan
  • 19/01/2015 22h08
João Acácio da Costa, o Bandido da Luz Vermelha [Luz.Vermelha], toma guaraná na padaria próxima à Casa de Custódia de Taubaté [SP]. [FSP-Primeira-27.08.97]*** NÃO UTILIZAR SEM ANTES CHECAR CRÉDITO E LEGENDA*** (Crédito: Lycurgo Querido/Folhapress) Lycurgo Querido/Folhapress bandido da luz vermelha

João Acácio Pereira da Costa, o lendário “Bandido da Luz Vermelha”, nasceu no dia 20 de outubro de 1942, em São Francisco do Sul (SC). Ao lado do irmão mais velho, Joaquim Tavares Pereira, foi criado pelo tio – a quem, em 1967, acusou de maus-tratos, torturas físicas e psicológicas – após a morte de seus pais.

“Luz Vermelha” foi condenado em 88 processos, sendo 77 roubos, quatro homicídios e sete tentativas de homicídios. Todos esses crimes renderam a ele 351 anos, 9 meses e 3 dias de reclusão em regime fechado, no entanto, a lei brasileira não permite que um preso permaneça mais que 30 anos na prisão.

Na prisão, João Acácio escreveu uma carta denunciando as frequentes ameaças de morte que sofria na prisão.

Luz Vermelha

João Acácio costumava usar uma lanterna com facho de luz vermelho para intmidar suas vítimas.
Ele não foi o primeiro a ganhar tal “apelido” no mundo do crime. Nos Estados Unidos, o americano Caryl Whittier Chessman utilizava-se do mesmo método. Este morreu no dia 2 de maio de 1960, na câmara de gás do presídio San Quentin, na Califórnia (EUA).

Começo da vida no crime

Após fugir da casa de seu tio, João Acácio decidiu viver nas ruas de Joinville, onde começou a praticar pequenos delitos como roubos de guarda-chuvas e roupas.

Após a polícia de Joinville ficar em seu encalço, ele mudou-se para Curitiba, mas logo após fixou-se na Baixada Santista, em São Paulo. De lá, passou a viajar para a capital para praticar seus primeiros crimes em residências de luxo.

Foram dezenas de assaltos, estupros e homicídios cometidos pelo bandido.

Os homicídios

O primeiro homicídio, em 3 de outubro de 1966, foi do estudante Walter Bedran, 19 anos, que ao tentar surpreender o bandido (que invadia seu quintal) foi alvejado com um tiro na cabeça, no Sumaré.

Dez dias depois, a segunda vítima foi o operário José Enéas da Costa, 23 anos, durante uma briga de bar, na Bela Vista.

No dia 7 de junho de 1967, no Jardim América, o industrial Jean von Christian Szaraspatack morreu após troca de tiros com o bandido na tentativa de surpreendê-lo. No mês seguinte, no dia 6, o Bandido da luz Vermelha assassinou o vigia José Fortunato, que tentou impedir sua entrada na mansão em que fazia guarita, no Ipiranga.

Outros nomes

Antes de se tornar o “Bandido da Luz Vermelha”, João Acácio era chamado de “Homem Macaco”, pois usou uma macaco hidráulico para alargar as grades das casas que roubava.

Outro nome foi “Mascarado”, que também ganhou a manchete dos jornais da época.

Repercussão

Sua “fama” o fez chegar às telas de cinema. No dia 7 de dezembro foi lançado um filme homônimo, de Rogério Sganzerla (1946-2004).

Ainda no campo das artes, João Acácio ganhou referência nas músicas “Rubro Zorro”, da banda Ira! e “O Bandido da Lupa Vermelha”, gravada pelo rapper Patrick Horla.

Fim

Após 30 anos de prisão, “Luz Vermelha” seria solto no dia 23 de agosto de 1997, não fosse uma liminar concedida pelo então segundo vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o desembargador Amador da Cunha Bueno Neto.

Atendendo um pedido do Ministério Público, o magistrado alegou que a sociedade não poderia ficar à mercê de eventuais atos cometidos pelo criminoso.

No dia 26 de agosto do mesmo ano, após análises de laudos médicos, Cunha Bueno revogou a liminar e o Bandido da Luz Vermelha estaria de volta às ruas.

Após sair da prisão, João Acácio buscou acolhimento com familiares, mas não obteve sucesso. Foi então para a casa de seu tio, no entanto, novas desavenças o fizeram deixar a residência.

Poucos meses depois, no dia 7 de janeiro de 1998, o Bandido da Luz Vermelha foi assassinado com um tiro na cabeça. O disparo foi feito pelo pescador Nelson Pisingher, 46 anos, que confessou o crime. Segundo o pescador, o disparo foi feito para salvar a vida de seu irmão, Lírio. Ele foi ameaçado pelo bandido com uma faca, após desentendimentos por causa de supostos assédios cometidos por João Acácio contra a mãe e esposa do pescador.

João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, foi assassinado aos 55 anos.

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