Unicef está alarmado com tortura de crianças até a morte em Bangladesh

  • Por Agencia EFE
  • 06/08/2015 13h17

Nova Délhi, 6 ago (EFE).- O Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef) está alarmado “com a grave violação dos direitos das crianças” em Bangladesh, após os casos de menores torturados até a morte nas últimas semanas no país asiático, alguns em público.

O Unicef divulgou nesta quinta-feira um comunicado em que ressalta sua “séria preocupação sobre tais casos que abalaram o país inteiro”, e que esta organização observa “alarmada os recentes incidentes de crianças sendo alvo de violência e publicamente espancados até a morte em algumas partes do país”.

“Isto é uma grave violação dos direitos das crianças”, denunciou o Unicef, que espera que “o governo de Bangladesh faça tudo que está em seu poder para levar os criminosos à Justiça e ajudar ao fim de tal violência”.

Na segunda-feira um menino de 13 anos morreu em um hospital no sudeste do país depois de um antigo empregador e outros dois adultos aplicarem ar comprimido em seu reto, o que seria uma represália por ter trocado de emprego, divulgou a imprensa local.

Este novo caso na cidade de Khulna provocou no dia seguinte protestos de centenas de pessoas por justiça, assim como aconteceu em julho em diferentes partes do país após a divulgação nas redes sociais de um vídeo que mostrava um menino de 13 anos ser linchado após ser acusado de roubo.

O menor foi agredido por pelo menos quatro pessoas na cidade de Sylhet e morreu em consequência de uma hemorragia cerebral, com mais de 60 ferimentos no corpo após ser golpeado repetidamente com uma espécie de cassetete enquanto estava preso em um poste em um ponto de ônibus.

Os linchamentos de ladrões são uma prática relativamente comum em Bangladesh, assim como os maus-tratos a menores. O país tem altas taxas de exploração infantil, evasão escolar e casamento entre crianças, segundo dados do Unicef.

Embora as estatísticas oficiais estimem que cerca de um milhão de menores trabalhem no país, dados de organismos internacionais elevam esse número para cinco milhões, além da porcentagem de casamento infantil ser dos mais altos do mundo. Ao redor de quatro milhões de crianças não vão à escola ou a abandonam antes de se formar. EFE

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