Aécio Neves pensa em pedir impugnação de Dilma Rousseff

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2014 10h35

Reinaldo, que história é essa de que Aécio Neves pensa até em pedir a impugnação das candidaturas de Dilma Rousseff e Fernando Pimentel, em Minas?

Na semana retrasada, ficamos sabendo que os Correios entregaram milhões de folders da campanha da petista Dilma Rousseff sem a devida chancela, o que impede duas coisas básicas: saber quantos panfletos foram distribuídos de verdade e se o serviço foi pago. Os tucanos por sua vez, dizem ter evidências de que partes dos kits eleitorais das campanhas de Aécio Neves a presidência e de Pimenta da Veiga ao governo de Minas, não foi distribuída, ela teria sido sabotada pelos Correios. A empresa nega a acusação.

A situação piorou muito depois de reportagem publicada nesta quarta-feira pelo Estadão, que traz também um vídeo. Numa reunião ocorrida na quinta-feira passada no comitê do candidato do PT ao governo de Minas, a qual estava presente Wagner Pinheiro, presidente dos Correios, o deputado mineiro petista Durval Ângelo disse com todas as letras o seguinte:”Se, hoje, nós temos a capilaridade da campanha do Pimentel e da Dilma em toda Minas Gerais, isso é graças a essa equipe dos Correios.” E ele falou mais:”A prestação de contas dos petistas dos Correios será com a vitória do Fernando Pimentel a governador e com a vitória da Dilma”.

O deputado achou que tinha sido pouco eloquente e decidiu ser ainda mais explícito na “pornografia” política: “A Dilma tinha em Minas Gerais, em alguns momentos, menos de 30%. Se, hoje, nós estamos com 40% em Minas Gerais, tem dedo forte dos petistas dos Correios.

Atenção, senhores ouvintes! Wagner Pinheiro, que preside a estatal, estava na mesa e não disse uma palavra. Anuiu com tudo. Admitiu, portanto, que os Correios foram e estão sendo usados nas campanhas de Dilma e Pimentel.

Reitere-se: esse encontro que estavam presentes o presidente dos Correios e o deputado petista se dava num comitê de campanha de Fernando Pimentel. Em nota, a empresa nega estar sendo instrumentalizada pelo PT.

O deputado Durval Ângelo, acreditem, também emitiu a sua nota afirmando que se tratou de uma reunião normal. Disse o seguinte: “Não há qualquer adesão da empresa Correios, mas de pessoas, que, como quaisquer outras, têm o direito constitucional de, como cidadãs, se engajarem politicamente. Ademais, durante o processo eleitoral, a manifestação de apoio por parte de uma categoria é um ato comum e democrático”.

É… manifestar-se é comum e democrático, usar o aparelho público em favor de uma candidatura, não. Com esses elementos todos os tucanos dizem que irão recorrerão ao TSE e a Procuradoria Geral  Eleitoral para pedir a cassação das candidaturas de Dilma e Pimentel. O presidenciável tucano afirma ainda que pretende mover uma ação criminal contra o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, a quem os Correios, uma estatal, estão subordinados. A coisa de fato é feia!

Pois é… Ao tratar dos descalabros na Petrobras aqui na Jovem Pan, já indaguei se uma empresa estatal, nas condições brasileiras, conseguiria se adaptar a regras internacionais de boa governança. A resposta, obviamente, é “não”. Tenho de encerrar este comentário lembrando que um único ex-funcionário da petroleira, Paulo Roberto Costa, está disposto a devolver R$ 70 milhões que foram roubados da empresa…

Não tem jeito! Os “companheiros” acham que as estatais pertencem a eles, não ao estado ou ao povo brasileiro. Os “companheiros” as transformam em braços de sua atuação sindical ou partidária. Os “companheiros”, em suma, as privatizaram a seu modo e acham que já podem confessar isso sem nenhum temor nem perigo.

Quem sabe um dia esse povo canse de ser roubado ou espoliado. Enquanto isso não acontecer, continuaremos a ser… roubados e espoliados.


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