A burrice no poder se chama fascismo

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2014 13h30

Arnaldo Jabor, que tem um dos melhores textos do jornalismo brasileiros, escreve toda terça no jornal O Estado de S. Paulo. Joseval Peixoto ressalta alguns trechos:

“A burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. A burrice é uma força da natureza (Nelson Rodrigues).

“A ignorância quer aprender. A burrice acha que já sabe”.

Os grandes burros têm uma confiança em si que os ignorantes não têm. Os ignorantes, coitados, são trêmulos, nervosos, humildemente obedecem a ordens

A ignorância é muito lucrativa para os burros poderosos. Os burros são potentes, militantes, têm fé em si mesmos e têm a ousadia que os inteligentes não têm.

No caso da política, a ignorância forma um contingente imenso de eleitores, e sua ignorância é cultivada como flores preciosas pelos donos do poder. Quanto mais ignorantes melhor. Já pensaram se a ignorância diminuísse, se os ignorantes fossem educados? Que fariam os senhores feudais do Nordeste?

a burrice é eterna como a Pedra da Gávea (NR)

A burrice não é democrática, porque a democracia tem vozes divergentes, instila dúvidas e o burro não tem ouvidos. O verdadeiro burro é surdo. E autoritário: quer enfiar burrices à força na cabeça dos ignorantes. O sujeito pode ser culto e burro. Quantos filósofos sabem tudo de Hegel ou Espinoza e são bestas quadradas?

O burro dorme bem e não tem inveja do inteligente, porque ele “é” o inteligente.

Vi na TV um daqueles bispos de Jesus, de terno e gravata, clamando para uma multidão de fiéis: “Não tenham pensamentos livres; o Diabo é que os inventa!”.

Inteligência nos desorganiza; burrice consola. A burrice é a ignorância ativa, é a ignorância com fome de sentido.

Bush se orgulhava de sua burrice. Uma vez ele disse em Yale: “Eu sou a prova de que os maus estudantes podem ser presidentes dos USA”. E, aí, invadiu o Iraque e escangalhou o Ocidente. E está impune, quando deveria estar em cana perpétua. Aqui, também assistimos à vitória da testa curta, o triunfo das toupeiras.

O diabo é que a burrice no poder chama-se “fascismo”.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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