Por que Gilmar não para de se intrometer?

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2017 13h32 - Atualizado em 08/08/2017 13h40
Antonio Cruz / Agência Brasil Michel Temer, Eunício Oliveira, Gilmar Mendes e Rodrigo Maia em reunião em março

Michel Temer reuniu-se neste domingo no Palácio do Jaburu com Rodrigo Maia, Eunício de Oliveira e Gilmar Mendes. Não há nada de anormal no encontro do presidente da República com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Fazem parte da rotina democrática conversas entre o chefe do poder executivo e o chefe das duas casas do poder legislativo.

O que causa estranheza é mais uma reunião entre Temer e Gilmar. Gilmar é ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que é subordinado ao STF. O TSE não é, portanto, um quarto poder. Só existe o poder Judiciário e não o “poder eleitoral”. E quem chefia o Judiciário é a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo.

Segundo Gilmar, que não registrou na agenda mais um jantar com Temer, os dois trataram da reforma política. A explicação piora as coisas. Tal reforma está fora da alçada do Judiciário e do TSE também.

Por que Gilmar não para de intrometer-se em assuntos dos quais todo magistrado sério prefere manter distância?

Por que nunca foi exatamente um juiz. Ele foi sempre um político disfarçado de ministro. E seu sonho é trocar a toga pelo terno cinza-Brasília de senador por Mato Grosso. Só falta combinar com o eleitorado.

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