Felipe Moura Brasil: As boquinhas do filho de Lula e do irmão de Dilma

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 03/04/2019 08h14
Reprodução Reprodução Luleco vai ganhar R$ 6.515,40 de salário na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp

O filho caçula de Lula, Luis Cláudio, o Luleco, arranjou uma nova boquinha.

Vai ganhar R$ 6.515,40 de salário na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp, no cargo de auxiliar parlamentar do deputado estadual do PT Emidio de Souza, que também é tesoureiro nacional do partido.

Emidio, para quem não lembra, é o emissário que o PT passou a enviar à cadeia para visitar Lula depois que pegou mal a visita de Fernando Haddad ao presidiário no primeiro dia do segundo turno das eleições de 2018 para receber orientações diretas.

Ou seja: Emidio é um camarada de Lula que fez o favorzinho de empregar o filho do criminoso em seu gabinete, onde ele será pago com dinheiro público.

“A família está sofrendo muito. Tomei essa iniciativa”, disse o deputado ao Estadão. Ao G1, explicou que Luís Cláudio Lula da Silva vai cuidar da sua agenda, da tramitação de documentos, projetos e emendas; vai ajudar em redes sociais; trabalhará internamente e cumprirá expediente todos os dias.

Mas a especialidade de Luleco é a tramitação de conteúdo da Wikipédia. Um relatório da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes que investigou os negócios do caçula de Lula concluiu que ele se baseou em “meras reproduções de conteúdo disponível” na internet, para produzir trabalhos que justificariam o recebimento de R$ 2,5 milhões da firma do lobista Mauro Marcondes Machado.

Luleco alegou na ocasião que o dinheiro se justificaria pela prestação de serviços na área esportiva, relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas 2016; mas, para a PF, os documentos “pareciam ser de rasa profundidade e complexidade, em total falta de sintonia com os milionários valores pagos”.

Resultado: Lula e Luleco viraram réus na Zelotes, acusados de negociar e receber o dinheiro para influenciar na prorrogação, pelo governo federal, de incentivos fiscais a montadoras de veículos.

Como Emídio poderia recusar um funcionário com esse perfil de réu e raso, tão habilidoso em copiar e colar?

No debate presidencial do SBT em 2014, aliás, Igor Rousseff, irmão de Dilma, foi apontado pelo então candidato Aécio Neves como funcionário fantasma da prefeitura de Belo Horizonte, entre 2003 e 2009, na gestão do petista Fernando Pimentel, seu amigo.

Empregar parente em gabinete de correligionário é tradição petista.

Se Haddad tivesse sido eleito, Luleco poderia até ser ministro.

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