Felipe Moura Brasil: Bolsonaro tem a chance de ‘despetizar’ o Estado

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 14/11/2018 09h03 - Atualizado em 14/11/2018 09h05
Will Shutter/Câmara dos Deputados A equipe de Jair Bolsonaro vem buscando identificar os “apadrinhados” políticos do PT e do MDB nos bancos federais

A equipe de Jair Bolsonaro vem buscando identificar os “apadrinhados” políticos do PT e do MDB nos bancos federais.

Um dos alvos do pente-fino será o Banco do Brasil, que, nos governos do PT, passou por uma ampliação de sua estrutura de comando, para abrigar a companheirada, claro.

Além de nove vice-presidentes (com salário de 61 mil e 500 reais cada) e 27 diretores (com salários de 47 mil e 700 reais cada), a instituição criou 11 cargos de gerente-geral com este mesmo salário de R$ 47 mil e 700 reais cada, de acordo com informações presente lá no meio de uma matéria do Estadão de terça-feira.

Todas essas remunerações estão acima do teto do funcionalismo público de 33 mil e 700 reais ­– e continuarão acima, mesmo se Michel Temer sancionar, em vez de vetar, neste momento de crise econômica que exige corte de gastos públicos, o infame aumento salarial dos ministros do STF para 39 mil e 200 reais.

E sabe por que o Banco do Brasil criou os 11 cargos de gerente-geral? Porque a ampliação de diretorias para abrigar funcionários sintonizados com os partidos de sustentação do governo do PT exigiria uma complexa mudança estatutária. Ou seja: nada como o velho jeitinho petista.

Detalhe apontado pelo jornal: os ocupantes dos cargos de gerente-geral e diretor ainda podem indicar, em média, quatro gerentes executivos, função com salário de 36 mil e 300 reais. E o gerente executivo indica, em média, quatro gerentes de soluções, com remuneração de 24 mil reais cada. E todos os ocupantes desses cargos recebem também, a cada seis meses, entre dois e três salários por Participação nos Lucros e Resultados.

Com isso, a folha mensal de pagamento de salário dos 1.048 ocupantes de cargos executivos do Banco do Brasil gera um gasto total de 28 milhões 900 mil reais.

Repito: isto é só um caso específico de estatal, no caso um banco federal.

Um resumo do dinheiro torrado pelo conjunto das 138 estatais sob comando do governo federal havia aparecido no começo da semana lá no meio de uma matéria do Globo.

“As empresas estatais continuaram consumindo recursos públicos num patamar bem maior do que o ganho obtido pelo governo. Segundo dados do Tesouro, as estatais pagaram o equivalente a 5 bilhões e 498 milhões de reais em dividendos em 2017.

No entanto, o valor gasto pela União com subvenções (repasses para o pagamento de despesas com pessoal, custeio ou investimentos) de empresas dependentes do Tesouro atingiu R$ 14,84 bilhões.”

É por essas e outras que a redução do tamanho insustentável do Estado brasileiro é necessária, e ela passa pela despolitização – com frequência despetização – das estatais, pela diminuição dos gastos públicos com elas e pela privatização de todas aquelas que, apesar dos entraves técnicos e jurídicos, for possível privatizar em quatro ou eventualmente oito anos.

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