Felipe Moura Brasil: Nada melhor que um choque de realidade, depois de meses de histeria coletiva

  • Por Felipe Moura Brasil/ Jovem Pan
  • 02/11/2018 09h20
Marcelo Chello/Estadão Conteúdo A indicação de Moro já confirma que o “risco à democracia” que os adversários do presidente eleito acusavam era, na verdade, o risco à liberdade dos criminosos

Os nazistas, sob comando de Hitler, exterminaram milhões de judeus.

Bolsonaro é o “nazista” que respeita a decisão de Israel sobre a sua capital, no caso Jerusalém, para onde o presidente eleito pretende transferir a embaixada brasileira.

A doutrina fascista foi resumida por Benito Mussolini na regra: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado.”

Bolsonaro é o “fascista” que quer reduzir o tamanho do Estado brasileiro, diminuindo para 16 o número de ministérios, privatizando gradualmente estatais como as Companhias Docas, que são empresas operadas pelo governo federal na administração dos portos do país, e até extinguindo outras, como a Telebras.

Ditador é a autoridade máxima de um país que concentra todos os poderes do Estado e exerce o poder absoluto, durante uma ditadura.

Bolsonaro é o “ditador” que delegou amplos poderes para Paulo Guedes no futuro superministério da Fazenda e para Sergio Moro no futuro superministério da Justiça, garantindo ao juiz federal querido pela maioria do povo por ter posto corruptos poderosos na cadeia uma liberdade total para trabalhar pelo Brasil e dizendo também que não vai interferir em absolutamente nada em relação ao combate à corrupção, mesmo que viesse a mexer com alguém de sua própria família no futuro.

Ou seja: o governo Bolsonaro nem começou, mas a distância entre os rótulos disparados contra ele durante a corrida eleitoral e a realidade estão cada vez mais evidentes.

A indicação de Moro já confirma que o “risco à democracia” que os adversários do presidente eleito acusavam era, na verdade, o risco à liberdade dos criminosos.

Perder o poder de nomear para cargos estratégicos companheiros que os protejam deixa os criminosos e seus defensores ainda mais histéricos, ainda mais em pânico.

Os mesmos petistas que fizeram troça de Bolsonaro a partir de um vídeo de 30 de março de 2017, afirmando que ele tentou tietar Moro no aeroporto de Brasília e foi ignorado pelo juiz, agora acusam Moro de ter prendido Lula para eleger Bolsonaro e governar com ele.

O Brasil se acostumou tanto a ver busca de poder por dinheiro, mordomias e vaidade que o restante dos inocentes úteis que ainda embarcam em narrativas petistas não concebe que alguém, como Moro, possa assumir um cargo, encarando-o como oportunidade de intensificar sua missão de melhorar o país na área para a qual tem vocação.

Nas palavras dele, “consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”.

Em relação à imprensa, quando Bolsonaro indicou Paulo Guedes, já havia causado um ‘bug’ em jornalistas que demonizavam o deputado, mas respeitavam o economista liberal com PhD na Universidade de Chicago. Com a indicação de Moro, o ‘bug’ é ainda maior nos jornalistas anti-Bolsonaro dentro e fora do país que apoiam a Lava Jato.

Mas nada melhor que um choque de realidade, depois de meses de histeria coletiva.    

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