Felipe Moura Brasil: PT tem plano autoritário, Bolsonaro não

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 02/10/2018 05h51 - Atualizado em 02/10/2018 08h04
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil Com tantas polêmicas às vésperas desta eleição, convém fazer uma distinção básica: Palocci não é uma ex-mulher como a de Jair Bolsonaro
A delação de Antonio Palocci liberada pelo juiz Sergio Moro coloca Lula como o mandante tanto da arrecadação ilícita de dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras quanto do uso desse dinheiro sujo em campanha presidencial de Dilma Rousseff.
De acordo com os depoimentos, Lula sabia do petrolão desde fevereiro de 2007, pelo menos, quando disse a Palocci ter ciência de diversos crimes cometidos pelos então diretores indicados por ele mesmo Renato Duque e Paulo Roberto Costa; mas foi em reunião de 2010 que Lula encarregou o próprio Palocci de “gerenciar os recursos ilícitos que seriam gerados” no petrolão “e o seu devido emprego na campanha de Dilma”.
Foi a primeira vez, segundo Palocci, que Lula “explicitamente tratou da arrecadação de valores a partir de grandes contratos da Petrobras”, solicitando ao então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que encomendasse a construção de 40 sondas para garantir o futuro político do PT.
Palocci também contou à Polícia Federal que o PT teve contas secretas no exterior, abertas pelo próprio partido ou por empresários.
Com tantas polêmicas às vésperas desta eleição, convém fazer uma distinção básica: Palocci não é uma ex-mulher como a de Jair Bolsonaro, que fez acusações sem provas em processo de divórcio que não deu em nada e hoje diz que, brava, falou besteira. Palocci é um ex-ministro de Lula que, como delator, diz, confirma, indica no mínimo um caminho de provas de corroboração e, se for pego na mentira, fica preso.
Aguardo, portanto, as capas de revista desta semana sobre o mandante Lula, delatado por Palocci.
Além disso, o condenado José Dirceu, preso três vezes no mensalão e no petrolão, acusou o Ministério Público de ter se tornado uma polícia política, defendeu a retirada de seu poder de investigação e ainda que o STF perca o seu nome e parte de seus poderes.
As barbaridades propostas por Dirceu não são meras declarações de improviso; elas ecoam no plano de governo do presidiário Lula para o seu poste Fernando Haddad, denunciado por corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro.
Aspas para o plano: “É preciso instituir medidas para estimular a participação e o controle social em todos os poderes da União (Executivo, Legislativo, Judiciário) e no Ministério Público, condição fundamental para o reequilíbrio de poder.”
Isso mesmo: o PT quer instituir o “controle social” em todos os poderes e no MP. “Social” é só uma palavrinha usada para amaciar o plano de controle petista, assim como Haddad amaciou sua proposta de Assembleia Constituinte Exclusiva dizendo que o plano prevê “criar condições” para a formação dela, ou, traduzindo: para que a Constituição seja reescrita de acordo com os interesses do partido.
Permitir a volta do PT ao poder é isso: consentir que condenados e denunciados por envolvimento nos maiores escândalos de corrupção da história do país criem mecanismos para a sua própria blindagem e se vinguem da Justiça brasileira.

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