Mendes está cada vez mais parecido com Lula

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 12/04/2018 07h46 - Atualizado em 12/04/2018 11h12
EFE/Andre Coelho Ministro Gilmar Mendes Ao mencionar que “prisões cautelares decretadas por Sergio Moro estão se tornando definitivas”, Gilmar criticou o que chamou de “Constituição da República de Curitiba”

Gilmar Mendes está cada vez mais parecido com Lula.

O corrupto e lavador de dinheiro costumava escarnecer dos procuradores da Lava Jato que se empenham no combate à corrupção como um “bando de messiânicos”.

Em sua cruzada contra a operação, o ministro do STF seguiu a mesma linha na quarta-feira, no julgamento do pedido de habeas corpus do ex-ministro petista Antonio Palocci.

Ao mencionar que “prisões cautelares decretadas por Sergio Moro estão se tornando definitivas”, Gilmar criticou o que chamou de “Constituição da República de Curitiba”.

É isto que se quer? Este sujeito fala com Deus?”

Este sujeito, claro, é Sergio Moro, que Gilmar ainda acusou de ter combinado com o juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio de Janeiro, a transferência de Sérgio Cabral para Curitiba, para dar um passa-moleque no próprio ministro.

Na terça-feira, Gilmar mandou Cabral de volta para o suposto presídio de Benfica, onde o ex-governador tinha e possivelmente continuará tendo regalias, como queijo de cabra e cineminha particular.

De quebra, Gilmar virou porta-voz do advogado de Lula, José Roberto Batochio, ex-advogado de Palocci.

O ministro contou que Batochio o procurou para informar que estava deixando a representação de Palocci no HC porque era uma exigência da força-tarefa de Curitiba para negociações sobre uma colaboração premiada.

Estou deixando o caso porque Curitiba assim exige. São palavras do doutor Batochio. Temos que escolher os advogados [para delação] e eu não sou bem visto.”

Gilmar ainda questionou: “O que se quer é criar um Estado policial? Empoderar essa gente que está totalmente empoderada?”

Na verdade, o que se quer é punir políticos corruptos, blindados no STF por ministros como Gilmar, que não tem a menor cerimônia em mostrar intimidade com o advogado de um atual presidiário que ele tentou manter solto votando a favor de seu HC preventivo.

Já em relação a Palocci, a procuradora-geral da República Raquel Dodge, que pediu a manutenção da prisão preventiva, foi cristalina.

O réu, por mais de 8 anos, atuou como principal operador financeiro de uma conta com vantagens indevidas destinadas ao PT, aberta por empresas que mantinham contratos com a Petrobras: 200 milhões de reais foram acertados, 133 milhões foram efetivamente repassados.”

Dodge destacou que o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro só foi interrompido com a prisão de operadores, como Palocci, que ainda tinha saldo de quase 70 milhões de reais na conta de propinas.

Foi bonito de ver uma mulher descrevendo crimes petistas.

Bem melhor que ver um ministro, que, assim como Lula, posa de Deus, atacando juízes por não lhe darem ouvidos.

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