O camburão está chegando, Lula: tchau, querido!

  • Por Jovem Pan
  • 05/04/2018 10h43 - Atualizado em 06/04/2018 06h20
EFE A Lava Jato venceu, a democracia venceu, o Brasil venceu. Todos os brasileiros que cobraram um país onde a lei é para todos venceram

Por 6 votos a 5, o STF rejeitou o habeas corpus de Lula e autorizou a sua prisão.

A Lava Jato venceu, a democracia venceu, o Brasil venceu.

Todos os brasileiros que cobraram pacificamente nas ruas na terça-feira um país onde a lei é para todos e lugar de bandido é na cadeia venceram dessa vez.

O ex-presidente da República que recebeu milhões de reais de propina da OAS sob a forma de um triplex no Guarujá em troca do fornecimento para a empreiteira de contratos na Petrobras agora está nas mãos do TRF-4.

A defesa de Lula tem até a próxima terça-feira, 10 de abril, para protocolar o segundo e último recurso no tribunal. Os embargos declaratórios já foram negados no mês passado, agora é a vez dos chamados ‘embargos dos embargos’.

O julgamento ainda não tem data, mas os desembargadores costumam ser rápidos.

Uma vez rejeitada a apelação, a prisão de Lula será determinada pelo TRF-4 e executada pelo juiz Sergio Moro.

Não adiantou Gilmar Mendes voltar de Lisboa para tentar salvá-lo, igualando-se ao petista no ataque à imprensa livre ao dizer que nunca viu uma mídia tão opressiva.

Eu é que nunca vi ministros tão subservientes a políticos investigados quanto os cinco que votaram pela concessão do HC a Lula.

Não adiantou Marco Aurélio Mello interromper o voto da ministra Rosa Weber, quando se deu conta de que ela negaria o pedido, para tentar convencê-la de que eles poderiam formar maioria capaz de proibir a prisão após condenação em segunda instância.

Rosa resistiu à pressão e manteve a coerência já demonstrada nas 57 vezes em que rejeitou pedidos de habeas corpus, alegando respeito ao princípio da colegialidade, ou seja: à jurisprudência firmada pelo STF em outubro de 2016, quando a Corte autorizou a prisão dos condenados em segundo grau.

Não adiantaram as tentativas de Gilmar, Marco Aurélio, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli de que a ação sobre o momento de execução da pena fosse pautada por Cármen Lúcia.

Carminha também resistiu à pressão e ainda desempatou o jogo contra Lula, unindo-se a Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber.

A discrepância entre as argumentações técnicas dos ministros contrários ao HC do condenado e o teatro retórico da ala golpista do STF foi nítida.

Como o HC havia sido impetrado contra uma decisão da 5ª Turma do STJ, o que estava em jogo era apenas a análise de ter havido ou não ilegalidade e abuso do poder naquela decisão. Claro que não houve. O STJ simplesmente seguiu a jurisprudência do próprio STF. Todo o resto foi puro mimimi.

Fiquei ao vivo por mais de 7 horas na ancoragem da cobertura do julgamento aqui na Jovem Pan e tive a imensa alegria de celebrar a vitória da Justiça nesta madrugada.

O camburão agora está chegando, Lula.

Tchau, querido.

Confira o comentário completo de Felipe Moura Brasil:

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