PGR expõe conspiração para soltar Lula

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 13/07/2018 08h11
José Cruz/Agência Brasil procuradoria-geral da república Raquel sugere à Polícia Federal oitivas não só de Favreto no prazo de 60 dias, mas de Pimenta e dos outros impetrantes

No pedido ao STJ de investigação do desembargador Rogério Favreto, a procuradora-geral Raquel Dodge afirma que “a dinâmica dos atos processuais sugere que a concessão da ordem de habeas corpus” em favor de Lula “foi um ato orquestrado meticulosamente para, em detrimento da lei vigente, alcançar a soltura do réu, que havia sido negada pelas vias processuais lícitas e competentes”.

Raquel registra que “a escala de plantão do TRF-4 para o mês de julho de 2018 foi publicada no final do mês anterior, junho” e que, a partir de então, soube-se que Favreto “estaria de plantão a partir de 4 de julho”, uma quarta-feira.

“Ocorre, porém, que a impetração logo no fim do expediente” da quarta-feira 4, a partir das 19 horas, “não seria a melhor alternativa estratégica”, explica Raquel, pois uma decisão combinada com Favreto “seria prontamente revista pelo juiz natural”, João Pedro Gebran Neto, “a partir das 11 horas” da manhã do dia seguinte: quinta-feira, 5.

“O ideal”, conclui a procuradora, “foi protocolar o HC na noite da sexta-feira”, 6, para que Favreto “exercesse a jurisdição plantonista de forma ininterrupta, até segunda-feira”, 9, “11 horas” da manhã.

Ou seja: o golpe da soltura de Lula foi tramado para pegar o país distraído no fim de semana, possivelmente ainda na esperança de que o Brasil estivesse classificado para a semifinal da Copa do Mundo e os brasileiros mais preocupados com a França de Griezmann, Pogba e Mbappe.

Raquel destaca ainda que “a estratégia foi confirmada pelo deputado federal Paulo Pimenta, um dos impetrantes” do pedido de liberdade.

A procuradora cita a declaração do petista replicada pela imprensa, na qual ele – que nem sequer integra a defesa de Lula – admitiu ter visto no sistema do tribunal que Favreto seria o plantonista:

“Sou do Rio Grande do Sul. Conheço as pessoas. Alguém me deu o toque. Olhei no sistema e vi. É público.”

Raquel sugere à Polícia Federal oitivas não só de Favreto no prazo de 60 dias, mas de Pimenta e dos outros impetrantes, os também deputados petistas Paulo Teixeira e Wadih Damous, que, segundo ela, pretendiam afetar a credibilidade do Poder Judiciário.

Os quatro terão agora de elaborar sua versão da presepada que, como os próprios petistas já admitem, poderá inibir o ex-advogado de campanhas do PT e atual ministro do STF Dias Toffoli de soltar Lula durante seu plantão no recesso do Judiciário.

Estaremos de olho, claro. Mas há presepadas que vêm para o bem.

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