Joseval Peixoto: Moro e Bolsonaro explicam, em entrevistas, divergências

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2018 10h17
José Maria Trindade/Jovem Pan Tanto o presidente eleito Jair Bolsonaro, quanto seu ministro da Justiça Sergio Moro, foram duramente sabatinados pelos jornalistas

Os dois supercomandantes do país para o próximo quatriênio passaram com alguma dificuldade na primeira entrevista coletiva feita com a imprensa brasileira.

Tanto o presidente eleito Jair Bolsonaro, quanto seu ministro da Justiça Sergio Moro, foram duramente sabatinados pelos jornalistas logo após a festa de comemoração dos 30 anos da Constituição.

Moro, teve que explicar suas divergências com o presidente em várias questões. As contradições exsurgem da própria formação dos dois: um com oriundo da área jurídica e outro, com as lições que aprendeu nos quartéis.

Bolsonaro quer rearmar a população. Moro entende que isso pode municiar as próprias organizações criminosas.

Bolsonaro pretende recuar a maioridade penal para os 14 anos. Moro entende que, em casos especialíssimos, a pena poderá atingir maiores de 16 anos.

Bolsonaro já manifestou publicamente que quer ampliar a conceituação de organizações terroristas para grupos como os sem teto e os sem-terra. Moro contesta, afirmando que essa definição não é consistente, mas suaviza a divergência afirmando que isso não quer dizer que seus atos os coloquem como inimputáveis diante da lei.

Na sua entrevista, Bolsonaro, questionado que voltou atrás na fusão do Ministério da Agricultura com o Meio Ambiente, foi razoável ao afirmar que pensou melhor. E mudou de opinião. Isso é próprio do conceito de responsabilidade. Os homens mudam de posição. Têm mudado sempre. Se os homens não mudassem, estaríamos até hoje vivendo nas cavernas.

O presidente só se complicou ao se negar a responder sobre a atitude do Egito, suspendendo encontro com o ministro Aloysio Nunes, porque o mundo árabe não aceita a sua posição em relação a mudança da capital de Israel para Jerusalém.

Essa é uma situação dramática das relações internacionais. Nada pacifica a inimizade histórica entre Israel e os palestinos. Este será, talvez, o tema mais complexo para seu governo.

Aliás, no campo internacional, seu governo será difícil. O mundo anda perdendo o controle de suas divergências no campo da história.

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