Rodrigo Constantino: Estado brasileiro tem muitos parasitas para poucos hospedeiros

  • Por Jovem Pan
  • 20/12/2018 08h44 - Atualizado em 20/12/2018 09h33
Pixabay Alguém surpreso de o Brasil não decolar?

O estado brasileiro é um paquiderme, um fardo pesado demais, pois são muitos parasitas para poucos hospedeiros. Vou encher o ouvinte de números, mas eles são importantes para transmitir bem a mensagem. Foram compilados pelo professor Ricardo Bergamini.

Em 2017, das 48,5 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade, 23% não estavam ocupadas nem estudando ou se qualificando. Em 2016, o percentual dos que não estudavam nem trabalhavam era de 21,8%. De um ano para o outro, houve um aumento de 5,9% nesse contingente, o que equivale a mais 619 mil pessoas nessa condição.

Já a proporção de pessoas na pobreza subiu de 25,7% para 26,5% de 2016 para 2017. Em números absolutos, esse contingente era de 52,8 milhões, em 2016, e subiu para 54,8 milhões de pessoas, em 2017.

Na extrema pobreza, que representava 6,6% da população do país, em 2016, houve aumento para 7,4% em 2017. Em números absolutos, esse contingente aumentou de 13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas, em 2017. Crescimento de 12%.

Em 2002 os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de R$ 198,7 bilhões (13,3% do PIB), representando 41,6% da carga tributária que era de 32%. Em 2017 foi mais de R$ 1 trilhão (15,9% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 19,1% representando praticamente metade da carga tributária de 2017. Em relação à carga tributária o crescimento foi de 17,8%.

Um grupo de trabalhadores privilegiados composto por 13,4 milhões de brasileiros (servidores públicos ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,4% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,7 milhões estaduais e 6,5 milhões de municipais, gastou mais de um trilhão de reais em 2017, correspondentes a 15,9% do PIB.

Aqueles dados de grande contingente na miséria do começo são consequência direta desses dados de ganhos muito acima da média dos servidores públicos. Claro que tem gente séria e trabalhadora no governo, mas a triste verdade é que são muitos “aristocratas” na carruagem para poucos bois puxando o troço. Alguém surpreso de o Brasil não decolar?

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