Entrega de áudios após delação faz parecer que Joesley guarda backup para ameaçar políticos

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2017 08h38
Rovena Rosa/Agência Brasil PGR não deveria autorizar que isso fosse feito, diz Vera Magalhães

O empresário Joesley Batista decidiu entregar novos áudios com políticos para a Procuradoria-Geral da República. Para a comentarista Vera Magalhães, a apresentação de anexos após a homologação da delação é algo complicado e a PGR não deveria autorizar que isso fosse feito. “É complicado você ver delação que vai se construindo por etapas. Se Joesley tinha esses outros áudios, por que não entregar no momento em que selou sua delação? Fica parecendo que ele guarda backup para ameaçara políticos e fazer upgrade de delação quando se vêm em apuros. PGR não deveria aceitar esse tipo de coisa”, diz.

Anexos complementares

Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira (31) os anexos complementares da delação feita pelos executivos da empresa. Entre os novos anexos repassados à Procuradoria-Geral da República está a explicação de como deve ser feita a leitura da planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud sobre as doações da JBS a mais de 1,8 mil políticos.

Para Vera, a indicação de quem é o político que teve doação fruto de corrupção e quais foram de caixa dois é algo ruim. “É ruim que irmãos Batista façam um uni-duni-tê para ver quem recebeu ilegalmente e quem não. Como saber que a JBS doou de boa-fé e o que ela doou esperando coisas em troca? Acho estranho que eles, ao apresentarem documentos de corroboração, tentem livrar uns e outros não”, diz a comentarista.

Ela destaca, entretanto, que dos 1,8 mil nomes, boa parte não vai nem interessar ser noticiado, já que devem existir políticos de diferentes calibres.

Confira o comentário completo de Vera Magalhães:

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