Vera: Com nomeação de Montezano, Guedes está tentando virar a página de últimas crises

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2019 08h19 - Atualizado em 18/06/2019 10h18
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Minsitro da Economia, Paulo Guedes, fala durante audiência Guedes investe em nova fase do BNDES

Ao nomear Gustavo Montezano como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro da Economia, Paulo Guedes, está tentando virar a página das duas últimas crises que se abateram sobre ele: o apoio à demissão repentina do então presidente do banco de fomento, Joaquim Levy, e as críticas ao relatório da reforma da Previdência do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aprovado pela comissão especial da Câmara dos Deputados.

Com a troca de comando, Guedes quer mostrar que o BNDES vai viver uma nova fase, voltada para o impulsionamento das privatizações. Montezano, que tem passagem no setor privado e formação sólida na área de mercado, deve fazer uma dobradinha com o secretário de Desestatizações, Salim Mattar, e colocar a agenda de privatizações em pauta dentro da instituição — o que o ministro não estava conseguindo, até então.

“Caixa preta”

Além da pauta das desestatizações, Guedes precisará lidar com a agenda do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o banco, que é a de abrir “caixa preta”, o que pode ser mais complicado. Isso porque quem já passou pelo BNDES o conhece diz que já há transparência e conhecimento suficientes sobre o que aconteceu em outros anos:para onde foram os empréstimos da era petista e as quantidades recebidas do Tesouro Nacional.

Além disso, também fica difícil a questão de divulgar todos os detalhes de contratos, que são muitas vezes sigilosos — o que pode comprometer a própria imagem do BNDES e dificultar a missão de conseguir novos parceiros. Fica a dúvida: o que a nova direção vai oferecer para saciar a vontade de Bolsonaro sem que isso ponha em cheque sua credibilidade?

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