Vera Magalhães: Onde está Fabrício Queiroz? Essa é a pergunta de R$ 1,2 milhão

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2018 07h55
Reprodução Ele sumiu desde o aparecimento do caso. Apesar de ser amigo da família Bolsonaro desde 1984, ele não falou com ninguém

Na última quinta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou um relatório do Coaf que mostrava uma movimentação atípica na conta de Fabrício Queiroz. Até hoje, ele não veio a público para dar explicações. Onde ele está é a pergunta de R$ 1,2 milhão.

Uma boa pista começa a ser dada pelo jornal O Globo, que estampa na sua capa nesta terça-feira (11) uma casa na Taquara, sem nenhum reboco e pintura. É a casa do assessor, que está em nome dele.

Ele sumiu desde o aparecimento do caso. Apesar de ser amigo da família Bolsonaro desde 1984, ele não falou com ninguém. O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que não falou com ele e nem Carlos e Eduardo falaram. O único que disse ter falado com Fabrício foi Flavio Bolsonaro, seu ex-patrão.

O filho do presidente eleito disse que ele deu uma explicação plausível para o caso. Mas Flávio não disse qual seria esta explicação.

Nesta segunda-feira (10), pela primeira vez, Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e chefe do Coaf falou sobre o caso. Fez fala confusa dizendo que Bolsonaro já esclareceu as partes dele, mas que o caso deve ser esclarecido.

O assessor está há dias sem aparecer para dar uma explicação. Há depósitos de outros assessores do gabinete na folha. Há ainda muita coisa a ser esclarecidas.

Somado a isso, nesta segunda-feira, durante cerimônia de diplomação, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que a relação entre poder e povo não precisa de mediação. Ele quis dizer que a comunicação hoje em dia se dá de forma direta entre políticos e a sociedade.

Mas as coisas não são chapadas. Comunicação sem intermediários é ótimo, agora seria uma ótima oportunidade. Onde está Fabrício Queiroz?

Por que Carlos Bolsonaro não fez nenhuma postagem sobre o ex-assessor? Cadê a comunicação direta nessa hora?

Essa coisa de comunicação sem intermediários é falácia. A imprensa não deixará de fazer perguntas em coletivas. Eles podem tentar comunicação sem intermediários, mas a comunicação feita pela imprensa não deixará de ser feita – e ela já era demonizada nos tempos do governo Lula.

Porque, afinal de contas, foi a imprensa que revelou o mensalão, o caso Pasadena, a consultoria de Antonio Palocci, e daí por diante.

Portanto, comunicação se intermediação nem sempre vai ser de interesse dos poderosos.

Confira o comentário completo de Vera Magalhães:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.