Confusão em São Paulo interessa à esquerda e ao lulismo; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2014 11h43

Reinaldo, em relação à greve do Metrô, você disse que deu início a uma contagem regressiva, mas que contagem é essa?

Vou dizer daqui a pouquinho, antes algumas considerações. Até domingo, a reivindicação do senhor Altino Prazeres, o dublê de militantes do PSTU e de presidente do Sindicato dos Metroviários, era a elevação do reajuste salarial. Ele não aceitava nada menos de dois dígitos. Ou isso ou greve. Julgada a paralisação abusiva, o Metrô começou a fazer demissões, e aí o tal Altino mudou as reivindicações: agora, para decidir a volta plena ao trabalho, ele quer que as dispensas sejam canceladas. Qual é a pauta, afinal, deste senhor? Respondo: fazer política e usar a Copa do Mundo como instrumento de chantagem.

Nesta segunda, seus liderados decidiram suspender a greve, que já estava morrendo, por 48 horas. Seguindo o estilo de sempre, Altino acha que está em condições de dar um novo ultimato: se as 42 demissões não forem revistas, então haverá nova paralisação ― aí no dia 12 mesmo, quando começa a Copa do Mundo. Ele, agora, precisa de uma migalha qualquer para gritar: “Vitória, vitória da minha intransigência, da minha escolha pela ilegalidade, da minha escolha pela truculência!”.

Não tenho ideia do que pretendem fazer o governo do Estado e o Metrô. Sei o que eu faria: deixaria claro a este senhor que ele não está em condições de exigir nada! A volta ao trabalho é condição primeira para que o Metrô pare de demitir. Até porque, estou certo, a lista de demissíveis é muito maior. Fica muito fácil saber quem não compareceu ao trabalho, mesmo depois de declarada a greve abusiva, porque não pôde e quem não compareceu porque estava desafiando a lei.

É importante destacar: os que estão na lista dos 42 são pessoas que atentaram contra a segurança do sistema, que incentivaram passageiros a pular a catraca, que investiram contra o patrimônio do Metrô. Ninguém está sendo dispensado apenas por ter aderido à greve, embora a empresa possa fazê-lo, dado que o movimento foi declarado abusivo, e os funcionários decidiram manter a paralisação.

Sei que a decisão do governo do Estado não é fácil, não é simples. São muitas as forças políticas que se esforçam pra promover o caos em São Paulo, a começar daquela que deveria estar mais interessada na ordem: o PT. Uma grande trapalhada no dia da abertura da Copa do Mundo não seria positiva para a presidente Dilma Rousseff, por exemplo. E daí? O candidato da CUT à Presidência é Lula, não Dilma. Se ela se esfarelar, os cutistas estão certos de que o Babalorixá de Banânia assume o seu lugar como candidato. Não é uma teoria conspiratória. Trata-se apenas da vida como ela é. Basta raciocinar logicamente: uma grande confusão em São Paulo não interessa ao PSDB; uma grande confusão em São Paulo não interessa a Dilma.

A quem interessa, então? Respondo: à demência de sempre da extrema esquerda e ao lulismo que sonha com a volta do Dom Sebastião de Garanhuns. E agora a contagem regressiva, estou contando os minutos até que apareça algum representante do governo federal se oferecendo para dialogar com o sindicato e com o Metrô, tentando caracterizar o governador Geraldo Alckmin como intransigente.

O meu candidato a ser o ator lamentável dessa pantomima é José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, para não variar. Sempre que espero que uma autoridade faça ou diga alguma bobagem, Cardozo nunca me decepciona.

 

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