Na Geru, crédito barato para competir com os bancos

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2017 09h34
Reprodução Qual a oportunidade de mercado que a Geru viu? Emprestar dinheiro a uma taxa média de 50% ao ano

Prestem atenção nessa cifra: no nosso sistema financeiro, existe um estoque de 300 bilhões de reais emprestados a pessoas físicas a taxas de juro acima de 100% ao ano. Vou repetir: 300 bilhões acima de 100% ao ano.

É aquele crédito pessoal que você pegou no rotativo do cartão, ou naquela financeira que promete dinheiro na hora lá no Centro da cidade.

Essas taxas de mais de 100% ano atraíram a Geru. A Geru é uma fintech: um misto de empresa financeira com empresa de tecnologia.

Qual a oportunidade de mercado que a Geru viu? Emprestar dinheiro a uma taxa média de 50% ao ano.

Você entra no site, coloca seus dados, e segundo eles, tudo demora no máximo 10 minutos.

Os empréstimos da GERU estão decolando: só nos próximos seis meses, ela deve emprestar uns R$ 200 milhões — mais do que o TOTAL de dinheiro que ela já emprestou nos últimos três anos.

A Geru funciona como uma ponte entre financiadores e os tomadores de credito.

A cada seis meses, ela vai ao mercado captar dinheiro: tem investidores grandes que compram títulos da Geru para que ela empreste a essas taxas — que são gordas, mas bem mais magras que as dos bancos.

O ‘cérebro’ da Geru é o algoritmo que os fundadores da empresa desenvolveram: quando você pede dinheiro no site, esse software pesquisa na internet tudo que existe de informação sobre quem está pedindo dinheiro: informações de cartório, sites do governos, biros de credito… até as informações nas redes sociais.

Com isso, a Geru consegue fazer os empréstimos a taxas personalizadas, ajustadas para o risco daquela pessoa, que variam de 25% a 80% ao ano.

Desde outubro do ano passado, a cada mês a Geru desembolsa 20% a mais que no mês anterior, um crescimento de 800% ao ano. Hoje, os empréstimos estão em cerca de R$ 30 milhões por mês.

A cada nova leva de empréstimos que ela faz, a Geru usa os novos dados sobre a performance dos clientes para afinar o seu algoritmo e reduzir a inadimplência da próxima leva.

Ainda este ano, a Geru vai passar a oferecer também crédito consignado.

Será que empresas como a Geru vão fazer os bancos reduzir suas taxas? Eu falei com o fundador da empresa, o Sandro Reiss, e ele acha que não.

Entre perder mercado e preservar sua margem de lucro, ele acha que os bancos ficarão com a segunda opção.

Ele disse que “Nos últimos dois anos, os bancos evoluíram muito na experiência do usuário na hora de pegar um crédito pré-aprovado. Já o passo seguinte — de reduzir taxas — tem muito impacto no valor do banco, e isso ainda deve demorar para acontecer.

Mas toda concorrência é bem-vinda.

Confira o comentário completo de Empresas e Negócios, com Geraldo Samor, do Brazil Journal:

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